Política
Gustavo Gayer chama nota de Valdemar sobre prisão de Bolsonaro de “imbecil”
Deputado do PL reage com hostilidade à manifestação tímida do presidente do partido após decisão de Moraes
05/08/2025
11:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, acirrou os ânimos dentro do próprio Partido Liberal (PL). O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) classificou como "imbecil" a nota divulgada por Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, logo após a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Valdemar publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) uma breve nota em papel timbrado do partido, afirmando:
“Estou inconformado! O que mais posso dizer?”
A resposta de Gayer veio em tom ríspido:
“Que nota mais imbecil é essa? Pelo amor de Deus.”
A publicação viralizou nas redes, escancarando o racha interno no PL entre os chamados “bolsonaristas raiz” e os parlamentares mais alinhados ao centrão, grupo do qual Valdemar é uma das principais figuras históricas.
O PL vive uma tensão crescente desde a filiação de Bolsonaro em 2021. Deputados bolsonaristas como Gayer, Nikolas Ferreira e Carla Zambelli frequentemente criticam a condução de Valdemar, que tem adotado posturas consideradas “moderadas” e conciliatórias diante do STF.
As divergências chegaram a tal ponto que o grupo de WhatsApp da bancada do PL na Câmara foi desativado, após discussões acaloradas e troca de ofensas.
“Eles chamam o Valdemar de representante do ‘extremo centro’”, revelou um interlocutor ligado à ala bolsonarista, em referência pejorativa ao centrão.
Gayer integra um grupo de aproximadamente 25 deputados federais identificados como 'bolsonaristas raiz', que defendem uma postura de enfrentamento direto ao STF, especialmente a Alexandre de Moraes.
A reação à nota de Valdemar reflete o descompasso entre a cúpula do partido e a base mais ideológica, que cobra medidas mais enérgicas em defesa de Bolsonaro, incluindo obstrução no Congresso e apoio ao impeachment de Moraes.
A decisão de Moraes que decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares, após o ex-presidente participar, por meio de terceiros, das manifestações de domingo (3), em que pediu sanções contra ministros do STF e apoiou o tarifaço de Donald Trump.
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