Política / Justiça
PF indica deputado Gustavo Gayer por suposto desvio de cota parlamentar e falsificação de documentos
Investigação aponta criação de Oscip com quadro social formado por crianças; indiciamento inclui associação criminosa, peculato e falsidade ideológica
11/12/2025
20:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal indiciou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) sob suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos da cota parlamentar, verba destinada exclusivamente a despesas relacionadas ao exercício do mandato. O relatório final da investigação foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, o grupo investigado teria se articulado para criar, com documentos falsos, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) com o objetivo de receber recursos da cota parlamentar do deputado. O caso chamou atenção porque, segundo o inquérito, o quadro social da entidade era composto por crianças de 1 a 9 anos.
A operação policial, deflagrada em outubro de 2024, recebeu o nome de "Discalculia", em referência ao transtorno de aprendizagem relacionado a números, porque os agentes identificaram falsificação da ata de constituição da entidade, com data retroativa a 2003.
A PF indiciou Gayer pelos seguintes crimes:
Associação criminosa
Peculato
Falsidade ideológica
Falsificação de documento particular
Durante as diligências, a PF apreendeu mais de R$ 70 mil em dinheiro vivo com um assessor do parlamentar. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Brasília e em cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia.
Pré-candidato ao Senado por Goiás, Gustavo Gayer não se manifestou até a publicação da matéria.
Na época em que a operação foi deflagrada, Gayer alegou que a ação tinha como objetivo prejudicar o então candidato bolsonarista Fred Rodrigues, que disputava o segundo turno da eleição em Goiânia. O parlamentar também acusou o ministro Alexandre de Moraes (STF) de transformar a Polícia Federal em “jagunços de um ditador”, em referência ao próprio magistrado.
O caso segue sob análise do STF, que deverá decidir sobre eventuais medidas judiciais após o indiciamento.
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