Política / Câmara Federal
Entidades repudiam retirada da imprensa do plenário da Câmara e cobram explicações de Hugo Motta
Fenaj, SJPDF e FNDC classificam episódio como censura, agressão à liberdade de imprensa e grave ataque ao direito à informação
09/12/2025
21:06
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) divulgaram nota conjunta nesta terça-feira (9) repudiando a retirada forçada de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e assessores de imprensa do plenário da Câmara dos Deputados, durante a confusão envolvendo o deputado Glauber Braga.
As entidades consideraram o episódio “extremamente grave”, classificando a ação como cerceamento ao livre exercício do jornalismo e violação direta ao direito da população à informação. Também houve denúncia de agressões físicas a profissionais da imprensa, durante a atuação da Polícia Legislativa Federal.
Em nota, Fenaj e SJPDF afirmaram:
“Não podemos admitir que medidas autoritárias, que remontam às vividas em um período não tão distante durante a ditadura militar, sejam naturalizadas e se repitam no Congresso Nacional, que deveria ser a Casa do povo.”
As entidades reforçaram que seguirão acompanhando os desdobramentos do caso e exigem explicações formais da presidência da Câmara.
Também se manifestou o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que destacou que:
O sinal da TV Câmara foi cortado exatamente às 17h34
No mesmo horário, jornalistas passaram a ser retirados do plenário
Imagens da retirada à força só circularam porque parlamentares e pessoas que permaneceram no local gravaram a cena
“A brutalidade só chegou ao público por registros paralelos, já que a transmissão oficial foi interrompida”, afirmou o FNDC.
Em publicação na rede X, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou ter determinado:
Apuração de possíveis excessos contra a imprensa
Defesa da democracia contra, segundo ele, “gritos, gestos autoritários e intimidação travestida de ato político”
“Extremismos testam a democracia todos os dias. E todos os dias a democracia precisa ser defendida”, declarou.
O episódio ocorreu após Glauber Braga ocupar a cadeira da presidência da Câmara em protesto, depois que Hugo Motta anunciou que levaria ao plenário os pedidos de cassação de:
Glauber Braga (PSOL-RJ)
Carla Zambelli
Alexandre Ramagem
Durante o protesto, o deputado afirmou:
“Que me arranquem desta cadeira e me tirem do plenário.”
Na sequência, ele foi retirado à força pela Polícia Legislativa, enquanto a imprensa era retirada do local e a transmissão oficial era interrompida.
Glauber Braga responde a processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, após ter agredido com um chute um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em 2024, depois de provocações.
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