Política / Eleições 2026
MDB de Mato Grosso do Sul enfrenta impasse interno e espera definição de Simone Tebet sobre disputa ao Senado
A possibilidade de candidatura da ministra reacende divisão no partido, pressiona alianças locais e coloca em xeque permanência de lideranças históricas
06/12/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O MDB de Mato Grosso do Sul vive um dos seus momentos mais delicados desde a última eleição estadual. A indefinição da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre disputar o Senado Federal em 2026 abriu um racha interno que expõe divergências profundas entre o diretório regional, a executiva nacional e lideranças tradicionais do partido.
Enquanto parte da sigla defende alinhamento a Simone — um dos nomes de maior projeção política do Estado — outra ala rejeita a hipótese de apoiá-la caso ela mantenha proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A crise evoluiu a ponto de alguns emedebistas admitirem publicamente a possibilidade de deixar o partido.
Segundo filiados, uma reunião interna deve ocorrer na próxima semana para discutir o posicionamento oficial sobre a pré-candidatura de Simone. O presidente estadual do MDB, Waldemir Moka, já afirmou que o apoio é possível, desde que a ministra “mude o discurso”.
O partido, porém, pretende integrar a chapa de reeleição do governador Eduardo Riedel (PP) — que, por sua vez, já conta com dois pré-candidatos ao Senado pelo PL — o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado Capitão Contar. A entrada de Simone criaria um palanque dividido e politicamente sensível para a base governista.
O presidente municipal do MDB em Campo Grande, Jamal Salém, declarou apoio irrestrito a Simone, independentemente do cenário eleitoral:
“Ela é minha amiga, e o pai dela foi meu padrinho político. O que ela decidir terá o meu apoio”, afirmou.
Já lideranças históricas da legenda, como o deputado estadual Junior Mochi, admitem desconforto com a possibilidade de Simone concorrer ao Senado apoiando Lula e Riedel simultaneamente. Segundo ele, essa composição poderia romper acordos construídos desde o início da atual gestão estadual.
“Nunca pensei em mudar de partido em 44 anos de filiação, mas dependendo da condução, talvez essa seja a alternativa”, declarou Mochi.
A indefinição também afeta negociações municipais e articulações regionais. Há dirigentes que relatam estar “aguardando o convite da ministra” antes de firmarem posição. A expectativa é que a reunião da próxima semana seja decisiva para unificar ou aprofundar o racha no partido.
O vereador Júnior Coringa reforça a urgência:
“O MDB não pode ficar fora das grandes discussões. Se Simone for candidata ao Senado, o cenário muda completamente e o partido precisa se posicionar com clareza”.
O desfecho dessa disputa interna deverá influenciar diretamente:
a formação do palanque de Eduardo Riedel,
a relação com o MDB nacional,
a fidelidade de lideranças tradicionais,
e a viabilidade de Simone Tebet em Mato Grosso do Sul.
A avaliação entre membros da sigla é que, caso Simone confirme a candidatura, o MDB terá de decidir entre acompanhar a ministra, permanecer alinhado exclusivamente ao governador ou buscar uma solução intermediária — todas opções que podem gerar perdas estratégicas.
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