Política / Assembleia Legislativa
Lei de Zé Teixeira completa 10 anos e reforça novas estratégias no Novembro Azul
Campanha criada em Mato Grosso do Sul inspirou políticas públicas de prevenção ao câncer de próstata e debate sobre saúde masculina
03/11/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Há dez anos, o deputado estadual Zé Teixeira (PSDB), atual segundo vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), apresentou o projeto que deu origem à Lei nº 4.636, instituindo no Estado a Campanha Novembro Azul, dedicada à prevenção e conscientização sobre o câncer de próstata. A proposta, elaborada em coautoria com o então deputado Marquinhos Trad, se consolidou como uma das principais políticas públicas de saúde masculina, hoje adotada nacionalmente.
A lei, sancionada em 2014, marcou o início de uma transformação gradual na forma como o tema é tratado, unindo informação, mobilização e combate ao preconceito. Uma década depois, o Novembro Azul segue ampliando suas ações, mas ainda enfrenta barreiras culturais que afastam muitos homens dos consultórios e exames preventivos.
“Não basta usar uma fita azul ou iluminar prédios. O que precisamos iluminar é a cabeça dos homens. Além da doença, temos que enfrentar o preconceito que impede alguns de procurar o diagnóstico precoce”, destacou Zé Teixeira.
Para o parlamentar, a campanha ultrapassou o aspecto simbólico e se tornou instrumento de conscientização coletiva. No entanto, ele reconhece que o tabu e a resistência masculina ainda limitam o alcance das ações.
“A minha lei foi o ponto de partida, mas o futuro da campanha depende de políticas públicas eficientes e da mudança cultural para que cada vez mais homens cuidem da própria saúde”, afirmou o deputado.
O câncer de próstata é uma das doenças que mais atingem os homens em Mato Grosso do Sul, com média de quatro mortes por semana e mais de 1,2 mil novos casos por ano, segundo estimativas do setor de saúde.
Apesar das conquistas, especialistas alertam que a resistência em buscar atendimento médico segue sendo um dos maiores desafios da campanha. Pesquisas nacionais indicam que muitos homens evitam os exames preventivos por medo, vergonha ou pela crença de que “cuidar da saúde é sinal de fraqueza”.
Os avanços da medicina, porém, têm mudado esse cenário. Novas técnicas diagnósticas e tratamentos menos invasivos aumentam as chances de cura quando o câncer é detectado precocemente. O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens no Brasil, representando cerca de 29% dos casos. Somente em 2023, foram mais de 70 mil novos diagnósticos no país.
Zé Teixeira defende que a campanha deve ir além do público mais velho, ampliando o diálogo com os jovens e suas famílias, para que a prevenção se torne um hábito natural.
“Precisamos ampliar o diálogo, principalmente com os jovens. Se conseguirmos mudar a mentalidade das novas gerações, teremos homens mais conscientes e famílias mais protegidas no futuro”, finalizou o parlamentar.
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