Política / Justiça
CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira com foco em facções e milícias
Senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido, deve ser o relator; operação no Rio que deixou mais de 120 mortos acelerou criação da comissão
03/11/2025
15:40
DA REDAÇÃO
 ©DIVULGAÇÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será oficialmente instalada nesta terça-feira (4), às 11h, no Senado Federal, com o objetivo de investigar a estrutura, expansão e funcionamento de organizações criminosas, em especial milícias e facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A decisão de dar início aos trabalhos foi tomada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após a operação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes, reacendendo o debate sobre o avanço do crime organizado e a necessidade de resposta institucional.
A sessão de instalação será conduzida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), o mais antigo entre os indicados para o colegiado. Na ocasião, serão eleitos o presidente e o vice-presidente da CPI, que, por regimento, são escolhidos pelos próprios membros da comissão.
Há consenso entre os senadores para que Alessandro Vieira (MDB-SE) — autor do pedido de criação da CPI — assuma a relatoria dos trabalhos, papel considerado estratégico na condução das investigações.
Ainda não há definição sobre quem presidirá o colegiado, mas as negociações devem ser concluídas nas próximas horas em Brasília.
“Pelo perfil dos parlamentares indicados, não será uma CPI chapa-branca”, afirmou Alessandro Vieira, reforçando a intenção de dar independência e profundidade às apurações.
O pedido de criação, protocolado em 17 de junho, prevê que a CPI investigue, no prazo de 120 dias, o modus operandi das facções criminosas e milícias, as condições de instalação e expansão dessas organizações em diferentes regiões do país e suas estruturas de comando e decisão.
A CPI também deve examinar eventuais falhas do Estado e mecanismos de infiltração das facções em instituições públicas, com o objetivo de propor mudanças legislativas e estratégias nacionais de combate ao crime organizado.
A formação da comissão enfrentou resistência partidária e demorou mais de quatro meses para ser concluída. A composição final, confirmada apenas em 20 de outubro, inclui 11 senadores titulares e 11 suplentes.
A demora se deveu, em parte, à complexidade do tema e à disputa política entre blocos partidários sobre a condução dos trabalhos, uma vez que o tema envolve governos estaduais, forças de segurança e órgãos federais.
A retomada da CPI ganhou força após a megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas — a mais letal da história do estado. O episódio provocou forte repercussão nacional e internacional, reacendendo discussões sobre violência policial, segurança pública e controle de facções.
A operação, comandada pelas forças estaduais e monitorada pelo governo federal, foi o estopim para que Davi Alcolumbre determinasse a instalação imediata da CPI, diante da pressão política e da gravidade da crise de segurança.
Após a eleição da mesa diretora e confirmação do relator, a CPI iniciará a coleta de documentos, convocações e oitivas de autoridades ligadas à segurança pública, além de analisar relatórios da Polícia Federal, Ministério Público e Forças Armadas.
O prazo inicial de 120 dias poderá ser prorrogado por decisão do plenário, caso os senadores considerem necessário aprofundar as investigações.
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