A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) confirmou que 8.605 mulheres já realizaram o exame de mamografia em Campo Grande ao longo de 2025. O levantamento foi divulgado após o Ministério da Saúde anunciar a ampliação do acesso à mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sintomas ou histórico familiar de câncer de mama.

A nova diretriz, válida em todo o país, tem como objetivo fortalecer o diagnóstico precoce e aumentar as chances de cura, que podem chegar a 95% quando o tumor é detectado nas fases iniciais.

“Garantir a mamografia a partir dos 40 anos no SUS é uma decisão histórica. Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O protocolo também estende a idade limite do rastreamento ativo de 69 para 74 anos, alinhando o Brasil a padrões internacionais, como os da Austrália. Em 2024, o SUS realizou 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos, consolidando a política nacional de prevenção e cuidado integral à saúde da mulher.

Situação em Campo Grande

Em nota enviada ao Jornal O Estado, a Sesau informou que a atualização do protocolo não altera a política adotada pelo município, que já realiza o rastreamento do câncer de mama dentro dessa faixa etária.
A reportagem também questionou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre os dados estaduais e a ampliação da oferta, mas não houve resposta até o fechamento da edição.

Expansão e investimentos

O Ministério da Saúde anunciou ainda a chegada de 27 carretas de atendimento móvel a 22 estados, dentro do programa Agora Tem Especialistas, levando serviços como mamografia, ultrassonografia e biópsia a regiões com menor cobertura. A meta é realizar 120 mil atendimentos até o fim do ano, com investimento de R$ 18 milhões.

Além disso, o governo federal adquiriu 60 novos kits de biópsia com tecnologia 3D e ampliou a oferta de medicamentos inovadores no SUS para o tratamento de câncer de mama avançado, como o trastuzumabe entansina e os inibidores de ciclinas, que aumentam a sobrevida e melhoram a resposta ao tratamento.

No Congresso

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) que prevê a ampliação das unidades de mamografia no SUS, com prioridade para regiões de menor cobertura e alta demanda. O texto ainda será analisado pelo Senado Federal.

“As chances de cura são muito maiores quando o diagnóstico é feito precocemente. É indispensável ampliar o acesso à mamografia para garantir esse resultado”, ressaltou a parlamentar.

O câncer de mama continua sendo o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras e o que mais causa mortes no país. A expansão da testagem é vista por especialistas como uma das estratégias mais eficazes para salvar vidas e reduzir desigualdades no diagnóstico.