O Dia de Finados foi marcado por fé, emoção e saudade nos cemitérios de Campo Grande neste domingo (2). Desde as primeiras horas da manhã, centenas de pessoas visitaram os túmulos de familiares e amigos, levando flores, acendendo velas e participando de momentos de oração.

No Cemitério São Sebastião (Cruzeiro), o movimento intenso exigiu reforço da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para organizar o trânsito e garantir a segurança. Missas e celebrações religiosas reuniram fiéis em clima de reflexão e memória.

Entre os visitantes, histórias comoventes revelaram o significado do dia. A aposentada Esmerinda Celestino de Oliveira visitou o túmulo do marido, falecido há dois anos.

“A gente sente saudade até hoje porque a gente era muito agarrado. Quando ele partiu, se despediu de mim, segurou minha mão e foi tranquilo. Ele ficou em paz, mas a gente que fica, sofre. Foram mais de 50 anos juntos”, contou emocionada.

A também aposentada Hilda Dolci, de 77 anos, homenageou os sobrinhos mortos em um acidente.

“Depois que falece, só restam as orações. Eu não acendo vela, prefiro ajudar a Igreja. A fé é o que nos mantém”, afirmou.

Para Sebastiana Pereira, que perdeu o companheiro no ano passado, a saudade é algo que se aprende a carregar.

“A gente se acostuma com a saudade. Sente falta, mas precisa seguir a vida”, disse com serenidade.

Além das homenagens, diversos grupos religiosos e voluntários promoveram ações de apoio emocional. O Projeto Help, coordenado por Hudson Marlos Custódio, distribuiu cartas e ofereceu abraços a famílias enlutadas.

“A dor e a saudade não passam, mas mostramos que ninguém está sozinho. Um abraço pode trazer esperança”, disse o coordenador.

No Cemitério Santo Amaro, o cenário também foi de grande movimento, com trânsito intenso e dezenas de barraquinhas vendendo flores, velas, comidas e bebidas. A GCM atuou com viaturas, motos e micro-ônibus, enquanto equipes da Semades fiscalizavam as atividades para coibir o trabalho infantil.

Dentro do cemitério, a banda da Guarda Civil Metropolitana emocionou os presentes com apresentações musicais. O clube de Desbravadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia também participou, distribuindo livros e oferecendo orações.

A jovem Gabriella Amicci, de 11 anos, sintetizou o espírito da data:

“O Dia de Finados não é só sobre morte, mas sobre esperança. Queremos lembrar que Jesus voltará e nos reunirá com aqueles que amamos.”

Com fé, lágrimas e lembranças, o feriado foi vivido pelos campo-grandenses como um dia de gratidão e renovação espiritual, reafirmando laços de amor que o tempo não apaga.