Campo Grande (MS), Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025

Política / Justiça

Fábio Trad desafia bolsonaristas: “Vão defender a execução dos 35 deputados do PL investigados?”

Ex-deputado de Mato Grosso do Sul critica discurso de ódio e hipocrisia de quem apoia execuções extrajudiciais

03/11/2025

07:45

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

O ex-deputado federal Fábio Trad (PT), ex-presidente da OAB/MS, fez duras críticas aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que defenderam a execução de suspeitos durante operação policial no Rio de Janeiro, comandada pelo governador Cláudio Castro (PL). Trad questionou a coerência dos que exaltam a violência como forma de justiça, lembrando que, entre os 117 mortos na operação, 39 eram inocentes, sem qualquer passagem pela polícia.

“Se o lema é ‘bandido bom é bandido morto’, quero ver se esses mesmos bolsonaristas defenderiam a execução sumária dos 35 deputados do PL que são investigados ou denunciados pelo Ministério Público”, provocou o ex-parlamentar.

Segundo dados do portal Congresso em Foco, citados por Fábio, 35 dos 96 deputados federais do PL respondem a inquéritos ou processos na Justiça. Para o ex-deputado, o discurso de parte da direita ignora o princípio da legalidade e da presunção de inocência.

Crítica à seletividade moral e política

No vídeo publicado em suas redes sociais, Fábio Trad inicia mostrando uma fala antiga de Jair Bolsonaro empunhando uma arma e defendendo “metralhar a petralhada” — expressão usada contra petistas. Trad relembra que o ex-presidente agora está condenado a 27 anos de prisão em regime fechado, e ironiza:

“Agora que foi considerado bandido pela Justiça brasileira, será que os mesmos que o idolatravam continuam acreditando que ‘bandido bom é bandido morto’?”

O advogado afirma que o bolsonarismo se comporta como um movimento à margem da lei, que prega a violência e a impunidade seletiva.

“Muitos que pedem ‘justiça com as próprias mãos’ esquecem que suas próprias mãos também estão sujas”, declarou.

Contexto e repercussão

As declarações de Fábio Trad surgem em meio ao debate nacional sobre o uso excessivo da força policial na operação do Rio de Janeiro, que terminou com 117 mortos, segundo a Secretaria de Segurança Pública. A ação, que visava desarticular o Comando Vermelho, foi a mais letal da história do Estado e gerou repercussão internacional por indícios de execuções sumárias e abuso de autoridade.

Ao relacionar o episódio à atuação de políticos investigados do Partido Liberal (PL), Fábio Trad busca expor a contradição do discurso bolsonarista, que — segundo ele — normaliza a violência quando aplicada a pobres e periféricos, mas silencia quando envolve figuras de sua própria base política.

“Quem defende execuções em nome da moralidade, mas fecha os olhos para a corrupção dos seus, não quer justiça — quer vingança seletiva”, concluiu.


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