Vice-presidente falou sobre posição do PMDB em relação ao Planalto. Ele disse também que partido não vai interferir em disputa da Câmara.
 |
vice-presidente Michel Temer - Divulgação/Arquivo |
O vice-presidente Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB, afirmou nesta quarta-feira (6) que a bancada do partido na Câmara não pode ser dividida entre governistas e não governistas.
Após se reunir com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, em seu gabinete no Palácio do Planalto, Temer afirmou também que o comando do PMDB não vai interferir na disputa pela liderança do partido na Câmara.
"Nós temos pregado unidade absoluta à bancada, até porque tenho dito a deputados que o partido, evidentemente, não vai interferir nessa matéria porque é uma matéria da bancada da Câmara. Em segundo lugar, não se pode dividir a bancada entre governistas e não governistas, o que deve haver é conjugação da própria bancada para que haja unidade", disse.
Quando o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), liderava a bancada do partido na Casa, em 2014, parte dos deputados da sigla votava projetos conforme os interesses do Palácio do Planalto e outra parte de maneira contrária. Após Cunha assumir o comando da Câmara, a bancada continuou dividida.
No fim do ano passado, contudo, o então líder, Leonardo Picciani (RJ), foi destituído do cargo pelo seu alinhamento maior com o governo da presidente Dilma Rousseff. Os deputados, então, colocaram em seu lugar Leonardo Quintão (MG), que tem posicionamento contrário ao Executivo e defende o impeachment da petista. Dias depois, após colher assinaturas, Picciani conseguiu retornar ao cargo.
Na entrevista desta quarta, Temer voltou a falar em “unidade absoluta” da bancada. Nesta terça, também ao deixar o Palácio do Planalto em direção ao Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, ele já havia defendido que haja “muita harmonia” no partido.
Reunião
O vice-presidente também falou sobre o encontro com o ministro Jaques Wagner, que durou cerca de duas horas. Mais cedo, Wagner já havia dito que a reunião não teve pauta específica e que eles tiveram conversa de “início de ano”.
“O encontro foi muito útil. Uma conversa muito adequada e examinamos a conjuntura política do país para o próximo ano. Reitero: estabelecemos novamente a ideia de harmonia absoluta. Foi basicamente isso”, afirmou Temer.
Por fim, o peemedebista comentou as ações movidas por ele contra o ex-ministro da Educação Cid Gomes, que teria dito que Temer chefia uma quadrilha de “achacadores”.
Em outubro do ano passado, o vice-presidente acionou a Justiça Federal do Distrito Federal e pediu que Cid seja condenado pelos crimes de injúria, calúnia e difamação. “[Processei Cid Gomes] porque ele falou mal de mim”, declarou.
O G1 procurou a assessoria do ex-ministro, que informou que ele não se pronunciará sobre o assunto.
Do G1, em Brasilia
Por: Filipe Matoso
Link original: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/01/para-temer-pmdb-nao-pode-se-dividir-entre-governistas-e-nao-governistas.html