Campo Grande (MS), Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2025

Ampla Visão

As coisas mudam para ficar como estão

Política, memória, ironia e reflexões sobre o poder, o eleitor e o tempo

25/12/2025

22:00

MANOEL AFONSO

UTOPIA PURA:
Pesquisa revela alguns desejos do eleitor. Ele quer que o candidato acredite em Deus, seja honesto, experiente e com origem humilde. Outro delírio: ele exige que o candidato não minta na campanha. Brasileiros tolinhos vivendo no mundo da lua. Adianta biometria, urna eletrônica e acreditar que os ovos de chocolate da Páscoa vêm dos coelhos e que o Papai Noel existe?

FABIO TRAD:
“Com serenidade e respeito, somos pessoas públicas com trajetórias, posições e responsabilidades próprias. O eleitor sabe distinguir relações familiares de projetos políticos. Não nascemos irmãos para sermos aliados políticos, mas no afeto e no amor. Isso é inquebrantável!”
(no Correio do Estado sobre as relações com seu irmão Nelsinho apoiando a direita)

HUMOR JUDEU:
“O sucesso não me mudou em nada. Sempre fui insuportável”. (Fran Lebowitaz)
“Quebrei uma perna esquiando. Felizmente não era minha”. (Mel Brooks)
“Ou esse homem está morto, ou meu relógio está parado”. (Groucho Marx)
“Que infância tive. Na escola pediram para um garoto provar a lei da gravidade e ele jogou o professor pela janela”. (Rodney Dangerfield)

O JOGO:
É como em Las Vegas: não vale perder. No fundo mesmo o parlamentar pensa apenas na sua sobrevivência política ao trocar de partido. Analise o potencial do candidato na chapa majoritária e a concorrência na eventual federação ou coligação. Não adianta ser campeão de votos no partido e não ter companheiros bons de votos. “Morre na praia” – como se diz.

QUEIJOS & RATOS:
De Gaulle se queixava da dificuldade de governar a França devido aos seus 300 tipos de queijos. Bobagem do general – se comparada ao Brasil de poucos queijos, muitos ratos, tantos partidos, 513 deputados federais, dezenas de ministérios e uma carrada de partidos. Aliás, a França tem 14 partidos, Reino Unido 13, Chile 9, Rússia 4 e os “USA” só 2.

POLÊMICA:
Sarney chegou ao Planalto no pleito de 1986 pela força do MDB que elegeu todos governadores. Mas em 1989 Fernando Collor (PRN), com 30,47% dos votos venceu pelo seu mérito pessoal. Duas situações que vitaminam a velha discussão sobre as possíveis forças que podem decidir uma eleição. Candidato ou partido?

FENÔMENOS:
Raros, mas existem nas eleições de todos os níveis. Aproveitam a onda e injetam seus predicados. Já o partido, quando bem estruturado e sem desgastes por demérito de integrantes seu, consegue vencer. Sem regra única: vai depender de circunstâncias próprias da política – em sintonia com o cérebro ou coração do eleitor.

A LIÇÃO:
Em 1989, com mais de 350 congressistas, MDB e PFL tinham juntos 38 minutos na TV. Ulysses 22 e Aureliano 16 contra Collor com 10 minutos “caçando marajás”. Após quase 2 meses o “senhor das diretas” obteve só 4% dos votos – 7º lugar entre os 22 candidatos. Já Aureliano foi ainda pior: menos de 1% dos votos – 9º lugar.

CUIDADO:
Quais os limites que devem existir entre a conduta na vida privada e a postura dos cidadãos que exercem cargos públicos? Vale lembrar que tem aumentado o questionamento sobre a necessidade de transparência destas pessoas. Com a internet e o advento do celular, a privacidade anda perdendo terreno na opinião pública.

FRANQUEZA:
O jurista Ives Gandra publicou em 2013 um texto polêmico:
“Não sou: nem negro, nem homossexual, nem índio, nem assaltante, nem guerrilheiro, nem invasor de terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais? Na...verdade eu sou branco, honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hétero...E tudo isso para quê?”

MUROS:
Aceitam tudo – antes e após as eleições. Abrigam a calúnia, ódio, inveja, ciúme e muita maldade covarde. As pichações retratam também a frustração dos autores na calada das noites frias. Mas justiça seja feita; não se pode também ignorar aquelas frases inteligentes que arrancam sorrisos e admiração dos transeuntes.

DILEMA:
O que fazer no dia seguinte? O estrago já está feito. Como é difícil descobrir a autoria, o melhor é mandar apagar. Polemizar é faca de dois gumes. Um exemplo: Wagner Nascimento (Fuscão Preto) era prefeito de Uberaba. Picharam num muro: “Wagner é preto”. Retrucaram em baixo: “mas é o prefeito de Uberaba”. E o pichador finalizou: “mas continua preto”.

CATARINENSE:
A primeira geladeira fabricada no Brasil foi em Brusque por Rudolfo Szulter, fabricante de anzóis, garfos e facas. De 1947 a 1950 fabricou 30 unidades a querosene. Após, fez sociedade com Wittich Fretag, e transferiu a empresa para Joinvile, inaugurada em 1950. A marca Consul homenageou o consul Carlos Renaux, incentivador do projeto e que emprestou o dinheiro para o empreendimento.

MEMÓRIA:
“O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar quem produz, investe, poupa, emprega, trabalha e consome.”
De Irineu Evangelista de Souza, o homem mais rico do Império (20% do PIB), dono do 1º banco privado, da 1ª siderúrgica, construtor da 1ª ferrovia Rio-Petrópolis, do 1º estaleiro e construtor de 72 navios a vapor. Os governantes precisam saber disso. Favor avisá-los.

REGISTRO:
O último presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso uno foi Cleomenes Nunes da Cunha. É que Paulo Saldanha renunciou à presidência da Casa de Leis para assumir no ano seguinte o mandato de deputado estadual aqui em MS. O mandato de Cleomenes durou só 30 dias; deu posse ao novo governador de MT e não concorreu às eleições no MS. Hoje ele curte a aposentadoria.

A LIÇÃO:
Últimas vontades do grande general De Gaulle:
“Eu não quero exéquias nacionais. Nem presidente e ministros. Nenhum discurso e oração fúnebre no parlamento. Recuso de antemão toda distinção ou condecoração.”
Foi atendido na íntegra. E continua lembrado na história da 2ª Guerra Mundial.

W. CHURCHIL:
“Não existe opinião pública. Existe sim a opinião publicada. Você tem inimigo? Bom. Sinal que você lutou uma vez por algo na vida. Uma mentira dá meia volta ao mundo, antes que a verdade tenha tempo de vestir a calça. É preciso ter coragem para levantar e falar, mas também é preciso ter coragem para sentar e ouvir.”

REFLEXÃO DE ANO NOVO:
A má notícia é que o tempo voa.
A boa notícia é que o piloto é você.


PONTO FINAL:
Já começou a temporada de sorrisos e abraços. Aproveite!


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