Campo Grande (MS), Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2025

Política / Pesquisa

Percepção de reeleição de Lula cresce na Câmara e divide deputados, aponta Genial/Quaest

Parcela de parlamentares que acredita em vitória do presidente em 2026 sobe para 43%, enquanto avaliação negativa do governo recua

12/12/2025

14:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A percepção entre deputados federais de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será reeleito em 2026 ganhou força nos últimos meses, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira (12 de dezembro). O levantamento mostra que 43% dos parlamentares avaliam que Lula é favorito à reeleição, ante 35% em junho, um avanço de oito pontos percentuais.

No sentido oposto, a fatia que acredita que o presidente não será reeleito caiu de 50% para 42%, revelando um cenário de divisão interna na Câmara dos Deputados e um ambiente político menos desfavorável ao Palácio do Planalto do que no primeiro semestre.

Impacto do cenário internacional e das pesquisas

O avanço da percepção pró-Lula ocorre após dois fatores centrais:

  • O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros;

  • A melhora da imagem de Lula em pesquisas de opinião pública, segundo avaliações internas do Congresso.

Sobre a resposta do governo brasileiro às medidas norte-americanas, 49% dos deputados avaliam que Lula tem reagido bem à ofensiva comercial.

Direita ainda vê caminho sem Bolsonaro

Apesar do crescimento da percepção favorável ao presidente, a maioria dos parlamentares — especialmente do centro político — ainda aposta na possibilidade de vitória da oposição mesmo sem Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível.

Segundo a pesquisa:

  • 58% dos deputados avaliam que o apoio de Bolsonaro ainda ajuda a oposição;

  • 55% dos parlamentares independentes acreditam que a direita pode vencer sem Bolsonaro;

  • Entre deputados de centro, esse índice sobe para 57%.

Os dados indicam que, embora Bolsonaro siga influente, há espaço para novas lideranças no campo oposicionista.

Relação com o Planalto segue desgastada

Mesmo com melhora pontual na percepção da gestão, a relação entre a Câmara e o Executivo permanece majoritariamente negativa:

  • 50% dos deputados consideram a relação com o governo ruim;

  • 31% avaliam como regular;

  • Apenas 19% consideram boa.

Ainda assim, a avaliação positiva do governo Lula na Câmara subiu de 27% para 38%, sinalizando um leve alívio político em meio às tensões institucionais.

Avaliação dos ministros

O levantamento também mediu a percepção dos deputados sobre os principais ministros do governo:

Melhor avaliado

  • Geraldo Alckmin (Vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio): 59% de avaliação positiva

Avaliações intermediárias

  • Alexandre Padilha (Saúde): 52% positiva

  • Sidônio Palmeira (Comunicação): 42% positiva, ante 27% negativa

  • Simone Tebet (Planejamento): 45% positiva, ante 33% negativa

  • Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais): 41% positiva, 39% negativa

Piores avaliações

  • Fernando Haddad (Fazenda): 42% negativa contra 39% positiva

  • Alexandre Silveira (Minas e Energia): 29% negativa ante 26% positiva

  • Rui Costa (Casa Civil): 43% de avaliação negativa, último colocado no ranking

Congresso mantém visão crítica sobre o STF

A pesquisa também revelou que o Supremo Tribunal Federal (STF) segue enfrentando resistência no Parlamento:

  • 49% dos deputados avaliam o STF negativamente;

  • 36% têm avaliação positiva;

  • O restante considera a atuação regular.

O dado reforça um ambiente de tensão institucional persistente entre Legislativo e Judiciário.

Queda na avaliação de Hugo Motta

A imagem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também sofreu desgaste:

  • Avaliação positiva caiu de 68% para 55%;

  • Avaliação regular subiu de 25% para 30%;

  • Avaliação negativa dobrou, de 6% para 12%.

A queda foi puxada principalmente pela base governista, onde a avaliação positiva despencou de 77% para 44%, após Motta privilegiar a oposição em pautas sensíveis, como o PL da anistia e a PEC da Segurança Pública.

Metodologia da pesquisa

  • Período: 29 de outubro a 11 de dezembro de 2025

  • Entrevistados: 167 deputados federais em exercício

  • Margem de erro: 7 pontos percentuais, para mais ou para menos

 


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