A disputa pelas duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul ganhou novos contornos nas últimas 24 horas. Depois do anúncio do ex-deputado estadual Capitão Contar (PL) como pré-candidato — apresentado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ao lado do ex-governador Reinaldo Azambuja —, foi confirmado o nome do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), como mais um postulante ao Senado nas eleições de 2026.

Filiado ao PSD desde março de 2024, Verruck teria informado aliados de que deverá se desincompatibilizar do cargo em 30 de março de 2026, prazo legal para secretários que desejam concorrer. A decisão, porém, já provoca forte repercussão nos bastidores, pois fragmenta ainda mais o voto da direita no Estado.

Oito nomes da direita no páreo

Com a entrada de Verruck, a ala conservadora acumula ao menos oito possíveis candidaturas ao Senado:

• Capitão Contar (PL)

• Reinaldo Azambuja (PL)

• Jaime Verruck (PSD)

• Nelsinho Trad (PSD)

• Soraya Thronicke (Podemos)

• Gianni Nogueira (PL)

• Gerson Claro (PP)

• Dr. Luiz Ovando (PP)

A pulverização preocupa lideranças partidárias, que veem risco de quebra de unidade e possibilidade real de que a esquerda conquiste ao menos uma das cadeiras, representada por Simone Tebet (MDB) e Vander Loubet (PT).

Dobradinha com Reinaldo Azambuja perde força

Fontes ouvidas pelo Correio do Estado afirmam que Verruck havia sido aconselhado a disputar a Câmara dos Deputados, mas, com apoio de setores empresariais e do Sistema S, teria optado pelo Senado.

A estratégia inicial seria fazer dobradinha com Reinaldo Azambuja, mas o lançamento de Contar como segundo nome do PL ao Senado inviabilizou o acordo. Agora, Verruck deverá se lançar de forma independente, seja pelo PSD — onde enfrentaria resistência do presidente estadual Nelsinho Trad, candidato à reeleição —, seja pelo PP, partido da senadora Tereza Cristina.

Apoios do Sistema S e articulações religiosas

O secretário conta com apoio de nomes influentes do setor produtivo, como:

• Sérgio Longen, presidente da Fiems

• Edison Araújo, presidente da Fecomércio-MS

• Cláudio Mendonça, diretor-superintendente do Sebrae-MS

Ligado à indústria e ao desenvolvimento econômico, Verruck já comentou sua pretensão durante a Expocanas, em Nova Andradina, reunindo prefeitos, deputados e lideranças religiosas. Em Campo Grande, ele também procurou um parlamentar ligado a uma igreja evangélica para costurar alianças com vistas às eleições de 2026.

Trajetória e perfil técnico

Economista com mestrado em Economia Rural, doutorado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial e formação executiva em Estratégias e Inovação, Jaime Verruck possui longa trajetória no setor produtivo estadual:

• ex-diretor do Senai/MS

• ex-diretor corporativo da Fiems

• secretário nos dois mandatos de Reinaldo Azambuja

• mantido no mesmo cargo pelo governador Eduardo Riedel (PP)

Procurado pelo jornal, o secretário não respondeu até o fechamento da edição.

Regras eleitorais: desincompatibilização

Pela legislação, secretários de Estado que desejam concorrer em 2026 devem se afastar de suas funções seis meses antes do pleito. O procedimento, obrigatório, garante igualdade de condições entre candidatos e evita conflitos de interesse.