Política / Justiça
Alcolumbre insiste em Pacheco para o STF, mas senador aguarda decisão de Lula
Presidente ainda não definiu substituto de Barroso; impasse envolve estratégia política em Minas Gerais
02/11/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem atuado nos bastidores para que o colega Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seja o escolhido para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações do Metrópoles e de fontes do Congresso, Alcolumbre tem deixado claro que não pretende articular a aprovação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU) e preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo.
A indefinição de Lula sobre o nome tem levado Pacheco a postergar decisões sobre seu futuro político, inclusive sobre uma eventual candidatura ao Governo de Minas Gerais em 2026, que é incentivada pelo próprio presidente para garantir um palanque petista no estado.
Nos bastidores do Senado, a avaliação é de que Alcolumbre não deve atrapalhar Messias, mas tampouco se empenhará para viabilizar sua aprovação. Senadores próximos afirmam que o presidente do Senado não quer repetir o impasse de 2021, quando segurou por meses a sabatina de André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro.
Segundo relatos, Alcolumbre disse ao presidente Lula, em reunião privada no dia 20 de outubro, que não poderia apoiar Messias sem parecer estar “traindo um amigo”, em referência a Pacheco. Ainda assim, parlamentares ressaltam que a preferência pelo mineiro é compartilhada por boa parte do Senado, que vê na sua nomeação a chance inédita de ter um ex-presidente da Casa no STF.
Enquanto o nome do futuro ministro segue indefinido, o PSD mineiro oficializou o vice-governador Matheus Simões (do Novo) como pré-candidato ao governo estadual, esvaziando o espaço de Pacheco dentro do partido. Assessores próximos dizem que ele não deve negociar filiação partidária até que Lula defina o indicado ao Supremo.
Interlocutores do Senado afirmam que Pacheco não demonstra entusiasmo em disputar o governo, contrariando o desejo de Lula, que busca consolidar alianças regionais para 2026.
O presidente Lula ainda pretende indicar Jorge Messias para a vaga aberta pela aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, anunciada no dia 9 de outubro. Barroso, que poderia permanecer até 2033, deixa o tribunal por decisão pessoal.
Nos próximos anos, o STF terá novas mudanças: Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes completarão 75 anos — idade limite para a aposentadoria compulsória — em 2028, 2029 e 2030, respectivamente. Essas futuras vagas abrirão espaço para três novas indicações presidenciais, tornando o tema ainda mais estratégico para o Palácio do Planalto.
Por ora, o Planalto aguarda uma conversa direta entre Lula e Pacheco, que deve tratar tanto da sucessão no STF quanto das alianças eleitorais em Minas Gerais, um dos estados-chave para as eleições de 2026.
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