Campo Grande (MS), Sábado, 04 de Outubro de 2025

Política / Eleições 2026

Bolsonaro sinaliza apoio a Tarcísio em 2026, mas condiciona candidatura à presença de Michelle como vice

Ex-presidente, em prisão domiciliar, quer manter o sobrenome na chapa; resistência de partidos e dúvida sobre disposição do governador paulista são entraves

04/10/2025

10:15

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o ex-presidente deu aval para apoiar uma eventual candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2026. O apoio, contudo, teria duas condições: que Michelle Bolsonaro (PL) seja a candidata a vice e que Tarcísio consiga articular uma aliança ampla com partidos de centro e de direita.

O governador paulista visitou Bolsonaro na última segunda-feira (29), em Brasília, onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar e está inelegível. Na saída, Tarcísio afirmou à imprensa que deve disputar a reeleição em São Paulo em 2026, mas nos bastidores as eleições presidenciais foram pauta do encontro.

As condições de Bolsonaro

Segundo relatos, Bolsonaro teria mudado de postura em relação a Tarcísio. Antes, temia perder protagonismo em meio ao julgamento da trama golpista e não aceitava a ideia de incluir a esposa na chapa. Agora, afirma que deseja ver o sobrenome Bolsonaro na disputa e acredita que Michelle poderia representar a militância em viagens pelo país.

Se a configuração se confirmar, há expectativa de que Tarcísio troque o Republicanos pelo PL até dezembro.

Resistência e disputas internas

Apesar do aval de Bolsonaro, a presença de Michelle como vice encontra resistência em setores do centrão e de partidos de centro-direita. Parte da base avalia que a ex-primeira-dama seria mais bem posicionada em uma candidatura ao Senado pelo Distrito Federal.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), articula nos bastidores para ser vice de Tarcísio. Outros nomes também aparecem na bolsa de apostas, como o da senadora e ex-ministra Tereza Cristina (PP-MS), vista como alternativa de consenso entre aliados do agronegócio e parlamentares de centro.

Tarcísio dividido

O próprio governador paulista ainda não demonstra disposição firme para entrar na disputa nacional. A aliados, citou que a oposição de Eduardo Bolsonaro ao seu nome e a crise do “tarifaço” imposto pelos EUA de Donald Trump aumentaram sua relutância. Além disso, pesa o amplo favoritismo que teria caso tente a reeleição em São Paulo.

Para alguns políticos, a declaração de Tarcísio de que concorrerá à reeleição pode ser apenas estratégia para se manter fora dos holofotes e da pressão governista no momento.

Contexto político

A movimentação ocorre enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive uma recuperação de popularidade. Pesquisa Datafolha mostrou que, em setembro, a aprovação do governo subiu para 33%, contra 38% de reprovação — melhor índice do ano.

Além disso, Lula tem avançado no Congresso. Nesta semana, a Câmara aprovou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, projeto considerado carro-chefe da campanha de reeleição e aprovado inclusive com votos do PL de Bolsonaro.


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