Campo Grande (MS), Sábado, 04 de Outubro de 2025

Saúde / Segurança Pública

Morte de jovem em Campo Grande é investigada como intoxicação por metanol

Ministério da Saúde confirma caso em MS; vítima morreu após ingerir bebida alcoólica suspeita; país já soma 12 óbitos

03/10/2025

16:00

DA REDAÇÃO

©ILUSTRAÇÃO

O Ministério da Saúde investiga a morte de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, ocorrida na noite de quinta-feira (2), em Campo Grande, como possível caso de intoxicação por metanol. O jovem teria ingerido cerca de meia garrafa de Corote, bebida alcoólica de baixo custo.

Com a notificação, Mato Grosso do Sul passa a integrar a lista de registros do país. Até agora, foram confirmadas 11 intoxicações por metanol e 12 óbitos, enquanto 102 casos seguem em investigação em diferentes estados. Os dados são do Cievs (Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional).

Segundo o boletim médico, Matheus chegou à UPA Universitário com desconforto abdominal, náuseas e vômito escuro. Ele estava consciente, respondia às perguntas e apresentava pressão estável no momento do atendimento. Porém, o quadro se agravou rapidamente e o jovem não resistiu, mesmo após duas tentativas de reanimação.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar se a morte tem relação direta com consumo de bebida adulterada. A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo) recolheu 13 frascos de bebida na loja onde Matheus teria adquirido o produto, que serão submetidos a análise. Também serão examinadas amostras de urina da vítima.

Para reduzir os impactos desse tipo de intoxicação, o Ministério da Saúde, em parceria com a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), adquiriu 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico, considerado antídoto para casos de envenenamento por metanol, e está comprando mais 5 mil tratamentos (150 mil ampolas) para garantir abastecimento no SUS.

A pasta também solicitou que a Anvisa realizasse um chamamento internacional junto às maiores agências reguladoras do mundo, incluindo Argentina, México, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália. Além disso, enviou ofícios a empresas e instituições da Índia, Estados Unidos e Portugal, solicitando doações e cotações para aquisição do medicamento fomepizol, outro antídoto considerado mais eficaz, mas de produção limitada.

O Ministério da Saúde oficializou ainda um pedido à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol e manifestou intenção de comprar outras mil unidades por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da Opas, ampliando o estoque nacional para enfrentar novos casos.


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