Campo Grande (MS), Domingo, 02 de Novembro de 2025
Política / Câmara Federal
PEC da Blindagem fortalece Centrão e abre caminho para Tarcísio em 2026
Plano inclui anistia “calibrada” que mantém Bolsonaro inelegível e preserva apoio bolsonarista no Congresso
17/09/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A aprovação da PEC da Blindagem, que amplia o foro privilegiado e restringe investigações de parlamentares sem aval do Congresso, e a negociação de uma anistia parcial para condenados pelos atos de 8 de janeiro, fazem parte de um arranjo político que mira diretamente as eleições de 2026.
Segundo apuração nos bastidores de Brasília, o Centrão trabalha para consolidar a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto mantém o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fora do páreo eleitoral.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), só conseguiu retomar o comando da Casa após o motim da oposição em agosto mediante um acordo com líderes do Centrão. O acerto previa o avanço da PEC da Blindagem e, em contrapartida, o compromisso de pautar a anistia aos golpistas.
Agora, com a PEC aprovada em primeiro turno, chega a hora de cumprir a segunda parte do acordo — mas em versão “calibrada”.
Enquanto bolsonaristas exigem uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, o Centrão articula um texto de redução de penas.
O argumento é que uma anistia total seria derrubada no Senado e considerada inconstitucional pelo STF.
A proposta moderada teria chances de aprovação e não enfrentaria barreiras jurídicas.
Na prática, beneficiaria condenados, mas manteria Bolsonaro inelegível.
Esse desenho político atende a dois interesses:
Os parlamentares ganham proteção extra com a PEC da Blindagem.
Os bolsonaristas recebem um gesto com a anistia parcial.
O Centrão abre caminho para lançar Tarcísio como candidato “palatável” à direita em 2026, afastando a sombra de Bolsonaro.
“Publicamente, o Centrão não quer Bolsonaro na disputa. O foco é construir a candidatura de Tarcísio, que surge como a alternativa viável da direita para enfrentar Lula ou seu sucessor”, avaliam interlocutores da cúpula congressista.
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