Economia / Gestão Pública
Municípios de MS precisam adaptar sistemas fiscais para nova tributação a partir de 2026
Reforma tributária cria o IBS, exige mudanças na emissão de notas fiscais e integração a cadastros nacionais, alerta o TCE-MS
18/12/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A partir de 1º de janeiro de 2026, estados e municípios de Mato Grosso do Sul terão de se adequar a um novo modelo de tributação, com mudanças profundas na arrecadação de impostos, na distribuição de receitas e nos sistemas fiscais municipais. As orientações constam em nota técnica do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), publicada nesta quinta-feira (18) no Diário Oficial.
As mudanças decorrem da Emenda Constitucional nº 132/2023, que instituiu a reforma tributária, e da Lei Complementar nº 214/2025, que regulamenta a transição para o novo sistema.
A principal alteração é a criação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que substituirá:
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
ISS (Imposto Sobre Serviços).
O novo imposto terá arrecadação compartilhada entre União, estados e municípios, com regras diferentes das atuais. Essa mudança exige que as administrações públicas adaptem seus sistemas de arrecadação, controle e fiscalização, além de revisar procedimentos internos.
Segundo o TCE-MS, os municípios têm até 1º de janeiro de 2026 para:
Adequar os sistemas de emissão de notas fiscais eletrônicas;
Integrar seus sistemas ao modelo nacional, permitindo o compartilhamento de informações entre governos federal, estadual e municipal.
Essa integração é considerada essencial para garantir:
Transparência;
Eficiência na arrecadação;
Correção na partilha das receitas tributárias.
Outra exigência destacada é a adesão ao CIB (Cadastro Imobiliário Brasileiro), banco de dados nacional que reunirá informações sobre:
Imóveis urbanos;
Imóveis rurais.
O cadastro será fundamental para:
Planejamento urbano e rural;
Gestão tributária;
Implementação plena do novo sistema fiscal.
O TCE-MS alerta que a não inscrição no CIB pode gerar dificuldades na arrecadação e comprometer o planejamento municipal.
Para garantir uma transição organizada, o Tribunal recomenda que os municípios:
Criem equipes técnicas especializadas;
Elaborem planos de adequação tecnológica;
Instituam Comissões Locais de Transição Tributária, com representantes de:
Secretarias Municipais de Fazenda;
Controladorias Internas;
Setores de Tecnologia da Informação.
Essas comissões terão a função de coordenar ajustes legais, operacionais e tecnológicos exigidos pela reforma.
O TCE-MS adverte que o descumprimento das orientações pode resultar em:
Dificuldades na implementação do IBS;
Perda de eficiência na arrecadação;
Prejuízos ao planejamento urbano e rural;
Risco de perda de transferências voluntárias da União, em situações específicas.
Apesar dos desafios, o Tribunal avalia que a reforma tributária também representa uma oportunidade de modernização da gestão fiscal, com:
Processos mais integrados;
Maior controle das receitas;
Sistemas mais eficientes e transparentes.
A orientação técnica reforça que o sucesso da transição dependerá de planejamento, coordenação entre os entes federativos e investimentos em tecnologia, para evitar impactos negativos nas finanças públicas municipais.
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