Infraestrutura / Transporte
Leilão deve confirmar permanência da CCR na BR-163/MS até 2054 com promessa de R$ 13 bilhões em investimentos
Modelo de relicitação simplificada mantém concessão com a empresa, agora sob o nome Motiva, mesmo após descumprimento de metas anteriores
22/05/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Nesta quinta-feira (22), o governo federal realiza na B3, em São Paulo, o leilão da relicitação da BR-163 em Mato Grosso do Sul, que deve formalizar a permanência da concessionária CCR MSVia, agora rebatizada como Motiva, até o ano de 2054. A empresa foi a única a apresentar proposta no edital, o que torna o processo uma formalidade para homologar a concessão sob nova estrutura jurídica.
A BR-163/MS foi concedida originalmente à CCR em 2014 com a promessa de duplicar os 845,9 km da rodovia entre Mundo Novo e Sonora até 2019. Contudo, apenas 150 km foram duplicados, ou seja, menos de 18% do previsto. Em 2019, a empresa pediu devolução amigável da concessão, alegando frustração de receitas e impactos da crise econômica.
Com aval do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) optaram por um modelo inédito de relicitação simplificada, que prorroga o contrato por mais 10 anos e mantém o controle da rodovia com a mesma empresa. O novo prazo de concessão vai até 2054.
O novo contrato prevê investimentos de R$ 13 bilhões, sendo R$ 9,3 bilhões nos primeiros nove anos e R$ 2,06 bilhões somente nos três primeiros anos, com obras estruturais prioritárias.
210 km de duplicações
170 km de faixas adicionais
141 obras de arte especiais (viadutos, pontes)
259 acessos
128 pontos de ônibus
44 passarelas para pedestres
17 passagens de fauna
Além disso, o contrato define “gatilhos de investimento” com base no volume de tráfego:
Acima de 7 mil veículos/dia: duplicação obrigatória
Entre 3 mil e 7 mil: implantação de faixas adicionais
Abaixo de 3 mil: apenas manutenção e conservação
O valor fixado da tarifa é de R$ 7,52 por cada 100 km. Caso houvesse concorrência, a Motiva teria direito de cobrir a oferta mais vantajosa, mas nenhuma outra empresa apresentou proposta, o que levanta questionamentos sobre a atratividade e transparência do modelo adotado.
Segundo Marcelo Fonseca, superintendente da ANTT, a assinatura do termo aditivo deve ocorrer em até quatro meses, com início imediato das novas obrigações contratuais. "A duplicação e os investimentos em segurança e fluidez começam logo após a formalização", destacou.
A manutenção da concessão com a mesma empresa, mesmo após o descumprimento das metas originais, gera críticas de setores que veem no processo uma “recondução premiada”. Apesar disso, o governo defende o modelo como forma de evitar judicializações e atrasos em projetos de infraestrutura, especialmente em rodovias estratégicas para o escoamento do agronegócio.
A BR-163/MS é uma das principais rotas logísticas do país, com intenso tráfego de caminhões. Caso a concessão fosse transferida a outro operador, o edital previa indenização à Motiva pelos investimentos realizados, estimados em R$ 390 milhões.
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