Campo Grande (MS), Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025

Política / Justiça

Roberto Razuk é internado em Dourados após piora no estado de saúde

Ex-deputado cumpre prisão domiciliar e é investigado na quarta fase da Operação Successione

16/12/2025

12:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O ex-deputado estadual Roberto Razuk, de 84 anos, foi internado no Hospital do Coração, em Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande, após apresentar agravamento em seu quadro de saúde. Ele é um dos investigados na quarta fase da Operação Successione, que apura a atuação do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul.

Preso no dia 25 de novembro, Razuk teve a prisão convertida em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, em razão de seu estado de saúde. A operação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 27 de novembro.

Quadro de saúde considerado grave

Ao Campo Grande News, o advogado João Arnar Ribeiro confirmou que o ex-parlamentar está hospitalizado há pelo menos três dias, com autorização judicial.

O quadro de saúde dele é bem grave. Era para estar em tratamento em São Paulo”, afirmou o defensor.

No pedido de prisão domiciliar, apresentado no próprio dia da operação e acatado pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, titular da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, a defesa sustentou que Roberto Razuk possui estado de saúde “extremamente debilitado”.

Segundo os advogados João Arnar Ribeiro e Leonardo A. Ribeiro, além da idade avançada, o investigado é portador de diversas comorbidades graves, necessita do uso contínuo de oxigênio e estaria em “risco iminente de óbito”.

Prisões e alcance da operação

Na quarta fase da Operação Successione, além de Roberto Razuk, também foram presos seus filhos Rafael Godoy Razuk e Jorge Razuk Neto. Ao todo, foram expedidos 17 mandados de prisão, dos quais 14 foram cumpridos.

Três investigados não foram localizados na data da deflagração:

  • Flávio Henrique Espíndola Figueiredo, 36 anos;

  • Gerson Chahuan Tobji, 48 anos;

  • Willians Ribeiro de Oliveira, 43 anos.

Além das prisões, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em municípios de Mato Grosso do SulCampo Grande, Dourados, Maracaju, Ponta Porã e Corumbá — e também nos estados do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Estrutura criminosa e acusações

De acordo com o Ministério Público, esta fase da operação teve como foco a estrutura de poder da família Razuk, apontada como líder de uma organização criminosa armada, violenta e estruturada, dedicada ao controle de jogos de azar no Estado.

As investigações indicam que o grupo mantinha o esquema por meio de:

  • Corrupção;

  • Lavagem de dinheiro;

  • Roubos;

  • Violação de sigilo funcional.

A polícia afirma ainda que a organização atuava com ramificações em Mato Grosso do Sul e buscava expandir suas operações para outros estados, como Goiás, onde pretendia assumir o controle do jogo do bicho.

Envolvimento de policial militar

Entre os presos está o policial militar Anderson Lima Gonçalves, de Ponta Porã. Segundo o MP, ele teria repassado informações sigilosas ao grupo em troca de propina.

De acordo com a investigação, o sargento acessava sistemas restritos de segurança pública:

  • Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional);

  • Infoseg (Rede Nacional de Informações de Segurança Pública).

As informações seriam usadas para levantar dados de vítimas de extorsão e auxiliar a quadrilha. Uma das situações apuradas envolve a articulação para liberar um preso na região de fronteira, mediante negociação financeira conduzida pelo próprio militar.

Sites de apostas e ligação com a Lotesul

A investigação também aponta que o grupo operava dois sites de apostas online. Um deles era administrado por Jorge Razuk Neto. O outro estava sob comando de Sérgio Donizete Baltazar, proprietário da Criativa Technology.

Segundo o Ministério Público, a empresa funcionava como empresa de fachada, sem estrutura física ou funcionários, e chegou a participar da licitação da Lotesul, a loteria oficial de Mato Grosso do Sul. Ainda conforme a apuração, a companhia teria sido financiada pelo próprio Roberto Razuk, fato que já havia levantado suspeitas durante o certame milionário.


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