ABANDONO
PMA esteve na fazenda onde havia bois desnutridos, 50 mortos e dono é preso
O proprietário foi detido em Campo Grande, após quatro dias de investigações feitas pela PMA e Iagro
08/09/2024
12:50
CGN
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Neste domingo (8), a Polícia Militar Ambiental (PMA) de Coxim prendeu o proprietário de uma fazenda onde foram encontrados dezenas de bovinos em condições de desnutrição severa, além de 50 mortos, nas proximidades do Rio Taquari, em Coxim, a 253 km de Campo Grande. A propriedade abrigava mais de mil bovinos, dos quais muitos apresentavam sinais graves de maus-tratos, com vários incapazes de se locomover devido ao abandono e falta de cuidados.
A identidade do fazendeiro não foi divulgada, mas ele foi preso em Campo Grande e conduzido à Delegacia de Polícia de Rio Verde do Mato Grosso. Conforme a legislação, ele poderá enfrentar uma multa de até R$ 3 mil por animal, o que pode resultar em mais de dois milhões de reais em multas por dia enquanto a situação dos animais não for regularizada. Além disso, a pena de detenção pode variar de 3 meses a 1 ano.
A fazenda, localizada na região de Tupã, entre Coxim e Rio Verde, foi descrita pela PMA como estando em estado crítico. Os animais estavam sem acesso a água, pastagens ou qualquer outro tipo de alimento, o que agravou o quadro de desnutrição, exacerbado pela seca severa que assola a região nos últimos dias. A equipe da PMA que esteve no local relatou cenas dramáticas, tentando socorrer alguns dos animais debilitados, oferecendo-lhes água e retirando aqueles que estavam atolados em poças de lama.
As investigações sobre as condições da fazenda começaram na quarta-feira (4), quando os policiais ambientais encontraram diversos bovinos mortos no local. Após quatro dias de levantamentos e vistorias, o proprietário foi localizado e preso. A operação contou com o apoio da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e do Ministério Público Estadual (MPE).
A Justiça, com base nas investigações da PMA, deverá decidir o destino dos animais sobreviventes, com possibilidades que incluem o sequestro dos bens do proprietário e a realização de um leilão dos bovinos para resolver a situação rapidamente e evitar mais mortes.
Além da questão dos maus-tratos aos animais, o caso também ressalta o impacto ambiental de práticas negligentes no setor rural, principalmente em tempos de crises climáticas. A seca prolongada, combinada com a falta de gestão e cuidados adequados, agravou o sofrimento dos animais, destacando a necessidade urgente de fiscalização contínua e de apoio técnico aos proprietários rurais para evitar situações como essa.
O caso também reforça a importância de uma resposta rápida das autoridades, tanto no resgate dos animais quanto na responsabilização criminal dos envolvidos.
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