Campo Grande (MS), Segunda-feira, 29 de Abril de 2024

ENTREVISTA

MUSICAL - Banda Horse Society conta sua história musical e fala dos projetos para 2024

20/12/2023

11:45

ALESSANDRA PAIM

©DIVULGAÇÃO

Há 09 anos a banda Horse Society vem trazendo o rock ‘n roll raiz na capital. Iniciaram tocando cover de Neil Young uma das grandes influências musicais da banda, dando seguimento em seu trabalho musical fazendo releituras do rock clássicos dos anos 60 e 70 e apostando nas músicas autorais. Participaram de eventos e festivais renomados no cenário musical do MS. A banda gravou 02 CD’s: The Year Of Horse e Mad Horse e para 2024 e o propósito da banda é gravar mais autorais, aprimorando seu repertório cada vez mais e garantir uma entrega de qualidade e excelência para seu público fiel. O guitarrista e vocal da banda Horse Society, João Ricardo reforça que o principal intuito da banda é manter o rock ‘n roll raiz, transmitindo a verdadeira essência do rock na cena local. Agradeço imensamente a entrevista concedida João Ricardo e desejo sucesso para a banda Horse Society que vem fazendo um excelente trabalho no nosso celeiro cultural sul-mato-grossense. Segue a entrevista completa.

Expressando com Alessandra Paim - Como surgiu a banda Horse Society?

João Ricardo_ é uma derivada de uma banda cover do canadense Neil Young. E Neil Young tem uma banda de apoio chamada Crazy Horse. E devido a essa influência, chamávamos Neil Young cover Horse. Foi então, que resolvemos fazer músicas autorais e daí surgiu a banda Horse Society (em 2014). O pai, João Ricardo e seu filho João Pedro resolveram seguir esse caminho e até gravaram 01 CD. A Horse Society não focou apenas em fazer cover de 01 artista e sim além das autorais, fazer releituras de clássicos do rock.

Expressando com Alessandra Paim – Integrantes

João Ricardo_ os integrantes atuais são: João Ricardo, na guitarra base e vocal, João Pedro, guitarra solo, Anderson Rocha, guitarra, Marcos Yallouz no baixo, na bateria Hernani Jr. que é o oficial, mas se mudou para Dourados. Temos tocado com um grupo de bateristas que revezam a cada show.

Expressando com Alessandra Paim – Influências musicais

João Ricardo_   do músico canadense do Neil Young, The Beatles, Rolling Stones, Folk, Blues, Bob Dylan e etc.

Expressando com Alessandra Paim - Shows/festivais

João Ricardo_ a Horse Society tem tocado em bares, fazendo shows desde o seu início. Todos os bares de rock de Campo Grande já tiveram presença da Horse Society. Atualmente estamos tocando muito nas cervejarias, que tem um apelo rock ‘n roll muito importante. Sobre os festivais, tocamos nas batalhas de bandas de rock autoral, tocamos 02 vezes no Festival de Blues de Bonito, tocamos também na Concha Acústica. Temos um repertório bastante variado. Em 2013/ 2014 a Horse Society tocou em um evento no Rio de Janeiro que era dos fãs do cantor canadense Neil Young.

Expressando com Alessandra Paim – Autorais

João Ricardo_ as músicas autorais da Horse Society estão em 02 CD’S. Apesar da banda fazer uma releitura de clássicos de rock com seus arranjos que são utilizados em shows, a banda tem um catálogo de músicas autorais. O 1° CD – “The Year Of Horse” e o 2° CD -  “MAD HORSE”. Disponíveis nas plataformas digitais

Expressando com Alessandra Paim – FÃS

João Ricardo_ a Horse Society como é uma banda de música sessentista e setentista quem mais pergunta ou procura saber sobre o repertório da banda e da agenda da banda são pessoas que viveram essa época. Agora mesclado com seus filhos e eventualmente com seus netos, muito interessante. E essas pessoas tem um certo interesse e como são pessoas um pouco mais maduras, nós não temos tocados mais em lugares menos confortáveis como era no começo, que tocávamos meia noite, 3h da madrugada com banda de encerramento, em baladas rock ‘n roll. Agora estamos tocando em lugares mais confortáveis, onde as pessoas podem ficar sentadas e nossos fãs é constituído nessa faixa etária e quase sempre preferem que os shows começam em torno das 20h.E para a nossa surpresa, temos vários jovens acompanhando a banda e nossos shows.

Expressando com Alessandra Paim - Repertório musical

João Ricardo_ o repertório da Horse Society em shows faz releitura de vários clássicos do rock, músicas conhecidas, mas não são tocadas exatamente em nota a nota como as músicas originais. Nós temos liberdade pra improvisos de solos ou trocar o andamento da música. Demos uma repaginada nessas músicas. Tocamos Stones, Beatles, Jimmy Hendrix, Creedence, Bob Dylan, Neil Young, Pink Floyd, Lynyrd Skynyrd. Então, nós temos esse repertório e obviamente vamos mesclando com as autorais. De uma forma geral, nosso repertório é bastante agradável e o pessoal curte muito.

Expressando com Alessandra Paim - Projetos em andamento e futuro

João Ricardo_ após   a banda continuar compondo. Fizemos alguns clipes, como por exemplo, o clipe sobre o Black Lives Matter depois aquele rapaz que foi morto nos EUA sufocado pelo joelho de um policial, foi o nosso último clipe, foi o último single. Ainda não temos ele registrado num CD ou numa plataforma musical e também temos várias outras músicas que precisamos gravar e lançar como singles e sempre no intuito de músicas autorais. E essa música “Trying To Play” (Black Lives Matter) foi censurada, nós tentamos lançar na plataforma do Facebook e além de rejeitar a música, bloqueou a página pessoal do João Ricardo e bloqueou a página da banda Horse Society e isso nos deixou perplexos porquê a música não tinha nada demais pra ser censurada. Como foi no momento de pandemia, isso foi compreensivo. Os projetos futuros é tocar bastante, fazer muita música, difundir essa música até como dado pedagógico, é uma música que tem mensagem. Interessante, muitos músicos da década 60/70 tiveram seus trabalhos censurados e nós também temos essa nossa marca. Pretendemos continuar tocando em bares, divulgando essa música de boa qualidade e dizendo pras pessoas que nós temos um projeto de rock ‘n roll. Como a resposta do Keith Richard quando perguntaram pra ele o que ele achava do Rock ‘n roll de agora. Ele respondeu: “Todo mundo fala do rock hoje em dia. O problema que eles esquecem do roll.”. Então, nós pretendemos sempre dessa mensagem que tenha o rock, a música em si, o trabalho, mais tem muita curtição e muita mensagem na música. Provavelmente, trabalharemos novas músicas autoriais e futuramente com certeza, teremos um novo CD.

Expressando com Alessandra Paim - Qual o diferencial da Banda Horse Society?

João Ricardo_ nós temos alguns diferenciais, o primeiro nós temos músicas autorais que não é uma coisa muito comum aqui. Apesar de Campo Grande ter bandas fantásticas, sensacionais, músicos de excelente qualidade, não temos tantas bandas autorais. E as nossas composições são em inglês. Por que em inglês? Por que é a língua nativa do rock ‘n roll e a gente acha que fica mais coerente, nada contra o rock em português, muito pelo contrário. O nosso baixista é do Bando do Velho Jack que é uma super banda que adoramos, conhecemos todos os componentes, tocamos juntos. Mas a gente passa a nossa mensagem na língua inglesa que fica bastante semelhante ao rock ‘n roll. Outro diferencial, temos músicos de excelência, onde eles têm total liberdade de improvisar nos shows. E cada apresentação, mesmo que a música seja repetida, ela nunca será igual de uma música de um outro show, depende muito da vibe da galera, se o pessoal está curtindo. A gente vai moldando um repertório para uma determinada apresentação e se a galera está mais pra um outro momento, a gente toca de acordo com que galera vibre. Então, é um rock ‘n roll clássico mesmo, com muita qualidade e sempre trazendo muito prazer para quem está ouvindo.

Expressando com Alessandra Paim - Momentos marcantes

João Ricardo_ tivemos vários momentos marcantes. Tocar no Festival Neil Young, já que é uma grande referência no RJ foi muito bacana. Outro momento marcante foi tocar no evento na Concha Acústica Helena Meirelles que foi um evento dedicado às mães da fronteira. O que é isso? É um movimento que surgiu em relação a morte de 02 jovens que foram sequestrados perto do 21 Bar, há 10 anos e foi um momento de muito entristecimento e nós fizemos uma música em homenagem a esse episódio, em homenagem a esses jovens. Fizemos um CD chamado Mães da Fronteira para que esse momento fosse marcado e foi o momento de grande emoção, muita gente na concha acústica, foi um momento muito marcante. E mais recentemente no marcou também, algumas apresentações festivas de comemoração de aniversário de roqueiros bastante conhecidos da cidade de Campo Grande, de jornalistas. Apesar de serem festas fechadas realmente chama muita atenção, muito bacana quando todas as pessoas conhecem aquelas músicas, já que são muito antigas. Eu toco músicas que eu não tinha nascido ainda e isso realmente é muito marcante. Também gostaria de reforçar umas apresentações do Festival de Blues e Jazz de Bonito. Apesar de ser um festival de Jazz e Blues fomos representando o rock ‘n roll e fomos extremamente bem recebidos pelo público, pelas críticas da imprensa e foi realmente um marco bastante interessante. Tem outro marco também, quando fizemos a festa de lançamento do nosso 1° CD foi no bar Fly, na casa do rock ‘n roll em 2014 e tocamos o CD inteiro, só tocamos músicas autorais. E uma plateia lotada e foi muto importante pra nós. E tiveram muitos outros momentos marcantes para a Banda Horse Society.

Expressando com Alessandra Paim - Qual foi a maior dificuldade da banda no começo da carreira?

João Ricardo_ a maior dificuldade foi ter músicos de alto nível como temos hoje. E quando nós começamos com essa proposta inicialmente fazer cover de Neil Young que é um músico muito conhecido pelos músicos, mas não muito pelo público, então nós tínhamos algumas dificuldades de ter espaço nos bares para que pudéssemos estar tocando. Já com o nome de Horse Society e com CD isso se abriu um pouco. Mas no momento anterior a pandemia, a cultura de apresentações era você começar a tocar muito tarde a partir da meia noite à 2h30 da madrugada e isso realmente era dificuldade. E depois da pandemia, a cultura mudou um pouco e atualmente podemos tocar mais cedo. Pra minha felicidade e até surpresa a gente, esse rock ‘n roll dos anos 60/70 tem sido muito mais bem recebido do que era no começo. No começo o pessoal curtia mais a música pop ou aqui na nossa região, que predominava o sertanejo e nós não tínhamos tanto espaço para divulgar esse tipo de música e realmente agora mudou muito. Então, a dificuldade da inexperiência de tocar ao vivo, de tocar um repertório mais conhecido e também a aceitação do rock dos anos 60 e 70 hoje em dia é bem mais aceito.

Expressando com Alessandra Paim - Um sonho

João Ricardo_   como todo roqueiro de raiz é que o rock ‘n roll não morra. Claro que ele está sendo repaginado, mas os movimentos musicais, culturais são muitos dinâmicos, eles significam o momento que a sociedade vem passando e a gente realmente respeita muito a música moderna. O grande sonho do roqueiro raiz é que o rock ‘n roll mesmo que não seja na grande massa das pessoas, ele continue ainda no coração de algumas pessoas e realmente que o público que gosta desses shows ele ainda continue fazendo parte, que a gente tenha espaço para tocar. Quando digo que o sonho é que o rock ‘n roll não morra é a atitude do rock não morra, que é você fazer música que toque a alma das pessoas, que você dê uma mensagem, seja ela qual for e que não seja apenas uma música descartável. Que o rock ‘n roll ainda continue fazendo parte do coração de algumas pessoas.

Expressando com Alessandra Paim - Qual a música mais pedida nos shows?

João Ricardo_   as músicas mais pedidas geralmente pelo público são: Confortably Numb do Pink Floyd, Simple Man e Free Bird do Lynyrd Skynyrd e a nossa autoral mais pedida é a Refugee Song.

Expressando com Alessandra Paim – João, na sua opinião o que está faltando em Campo Grande no cenário musical?

João Ricardo_ Campo Grande é um cenário musical belíssimo, nós temos representantes de altíssima qualidade e competência, praticamente em todos os gêneros musicais. Campo Grande realmente é apta em termos de músicas. Temos compositores e músicos maravilhosos. As iniciativas privadas como a Prefeitura, o Governo do Estado sempre está apoiando, temos espaços pra tocar. O que a gente às vezes, como músico a gente sempre quer mais oportunidade, quer mais público e o que a sentimos mais falta é dos eventos e festivais. De uma forma geral, eu considero Campo Grande, uma capital musical.

Expressando com Alessandra Paim - Quais os planos da banda Horse Society para 2024?

João Ricardo_    tocar muito para que possamos divulgar, esse momento, expandir nosso repertório e atingir mais pessoas, passando sempre a mensagem do verdadeiro rock ‘n roll. Muito improviso e aquela coisa, nós tocamos para o público, mas tocamos pra nós também. Que os músicos se divirtam muito no palco e interajam muito com a plateia. Essa é a mensagem do bom e velho rock ‘n roll, que a gente gostaria que não perdesse. E talvez, o nosso maior plano: pegarmos essa bandeira do rock ‘n roll clássico e levar pra frente.

MENSAGEM

“A primeira mensagem é de agradecimento à cena cultural, à imprensa de Campo Grande do MS que sempre apoia a cultura e apoia a cultura nas suas mais variadas vertentes. Então, aos agradecimentos à página Expressando com Alessandra Paim e ao Jornal do Estado do MS por valorizar, conhecer e divulgar as formas culturais que não sejam as mais populares ou as mais da moda. Dizer que o rock ‘n roll é uma forma de manifestação cultural, como outras tantas. Que a gente cultua o rock ‘n roll e outras vertentes musicais, de maneiras culturais. Nós queremos atingir as pessoas, é uma maneira que a gente interpreta o mundo, a gente transforma aquilo em uma forma cultural e a gente transmite uma mensagem. Apesar de um mundo estar muito líquido, como diz o Filósofo Bauman, ainda existe bastante manifestação muito sólida que quer impactar e fazer as pessoas refletirem. O rock ‘n roll é uma manifestação cultural e quer fazer com que as pessoas reflitam e ter um mundo melhor. Um grande abraço”, João Ricardo - guitarrista e vocal da banda Horse Society.

REFERÊNCIAS DE PESQUISA

INSTAGRAM @horsesocietyrock

FACEBOOK HORSE SOCIETY

YOTUBE HORSE SOCIETY

Supergrupo de rock Horse Society apresenta show com o mais puro rock clássico neste sábado – Jornal Dia Dia

Com nova formação “supergrupo”, Banda Horse Society lança música inédita – Campo Grande Notícias (campograndenoticias.com.br)

Banda Horse Society se apresenta no CenaSom - Correio do Estado

Horse Society lança mais um clipe inédito neste sábado na Capital – Campo Grande Notícias (campograndenoticias.com.br)

Horse Society realizou grande show na Capital - MS Notícias (msnoticias.com.br)

Banda Horse Society apresenta o show “2014 – The Year of Horse” no CenaSom - Gazeta do Pantanal

Festival de Blues & Jazz esquenta a programação do feriado prolongado em Bonito – Fundação de Cultura (fundacaodecultura.ms.gov.br)

(116) HORSE SOCIETY - Ghosts On The Road - YouTube

Horse Society e Cassino Boogie no Som da Concha (youtube.com)

Vampire's Paleness Horse Society (youtube.com)

Horse society - Not the last (youtube.com)

Horse Society Barfly (youtube.com)

Horse Society & Anderson Rocha - Hey Joe (Jimi Hendrix Cover) (youtube.com)

Horse Society - Comfortably Numb (youtube.com)

Turnê do #EstiloForteSpaten pelo Brasil (youtube.com)

 


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