Campo Grande (MS), Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025

Política / Câmara Federal

Mesa Diretora da Câmara cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Decisão assinada por Hugo Motta aponta excesso de faltas do filho de Jair Bolsonaro e condenação criminal do ex-chefe da Abin pela trama golpista

18/12/2025

18:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu, na tarde desta quinta-feira (18), cassar os mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A medida foi formalizada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e publicada no Diário da Câmara no mesmo dia.

Eduardo Bolsonaro: perda automática por faltas

O mandato de Eduardo Bolsonaro foi declarado perdido por acúmulo de faltas não justificadas. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro, sem autorização para exercer o mandato de forma remota. Após o término de um pedido inicial de licença, as ausências passaram a ser computadas.

A Constituição Federal prevê a perda automática do mandato para deputados que faltarem a mais de um terço das sessões deliberativas, dispensando análise pelo Conselho de Ética ou votação em plenário. Em 2025, a Câmara registrou 78 sessões, das quais Eduardo faltou a 63 (cerca de 81%).

Tentativas de manter a atuação à distância — como assumir a liderança da minoriaforam barradas pela Presidência da Câmara. “É impossível o exercício do mandato parlamentar fora do território nacional”, declarou Hugo Motta ao anunciar a abertura do procedimento.

Alexandre Ramagem: cassação por condenação definitiva

Alexandre Ramagem teve o mandato cassado em cumprimento à condenação criminal transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-diretor-geral da Abin recebeu pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, em regime inicial fechado, por participação na trama golpista de 2022.

Ramagem deixou o Brasil antes do fim do julgamento e está nos Estados Unidos. Segundo a Polícia Federal, ele é considerado foragido, e o Ministério da Justiça deve iniciar pedido de extradição.

Reações políticas

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a decisão, classificando-a como “grave” e afirmando que a Mesa teria retirado do plenário o direito de deliberar. Para aliados do presidente da Câmara, o rito adotado buscou cumprir a Constituição e evitar novo embate institucional com o Judiciário.

Efeitos imediatos

  • Não há votação em plenário para as perdas declaradas.

  • A Câmara comunicará a Justiça Eleitoral para convocação dos suplentes, conforme as coligações.

  • A cassação de Eduardo Bolsonaro não o torna inelegível automaticamente; eventual inelegibilidade dependerá de decisões do STF em processos em curso.

Contexto adicional

Eduardo Bolsonaro é réu no STF por suposta tentativa de coagir autoridades e influenciar processos relacionados ao pai, Jair Bolsonaro. Segundo a PGR, a atuação teria buscado pressionar instituições por meio de articulações internacionais. O julgamento ainda não foi marcado.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal do Estado MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: