Campo Grande (MS), Sexta-feira, 21 de Novembro de 2025

Política / Economia

Nelsinho Trad celebra recuo tarifário dos EUA, mas cobra solução para setores ainda prejudicados

Senador destaca vitória parcial para café, carne e frutas, mas alerta que madeireiros, pescados e industrializados seguem afetados pelo tarifaço

21/11/2025

11:00

DA REDAÇÃO

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O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão Temporária Externa Brasil–EUA (CTEUA), afirmou que a retirada da sobretaxa de 40% sobre café, carne bovina e frutas brasileiras pelos Estados Unidos representa um avanço expressivo, porém incompleto. Para o parlamentar, é fundamental que “nenhum setor fique para trás” no processo de revisão tarifária.

Desde o início da crise comercial, Nelsinho articulou reuniões com autoridades norte-americanas e liderou uma missão oficial a Washington, levando dados técnicos e demonstrando os impactos reais das tarifas para o agro e a indústria brasileira.

“O impacto não é abstrato. Ele aparece no produtor que adia investimento, no frigorífico que segura compra, na cooperativa que perde contrato”, ressaltou o senador.

Madeireiros seguem penalizados — e preocupação parte dos próprios americanos

Durante a agenda em Washington, o setor de madeira, especialmente importante para Paraná e Santa Catarina, foi citado diretamente por congressistas dos EUA.

O senador Martin Heinrich (Novo México) alertou que as tarifas elevaram o preço da madeira e estão pressionando o custo da habitação em meio à crise imobiliária norte-americana.

Nelsinho Trad destacou que essa pauta continua entre as prioridades:

“Ainda há produtos estratégicos, além da madeira — como pescados e industrializados — que seguem sofrendo com a sobretaxa. Essa agenda não está encerrada.”

Avanço parcial reflete fatores internos nos EUA e negociações diplomáticas

Especialistas apontam que a retirada parcial das tarifas combina fatores internos — como a pressão para reduzir a inflação de alimentos — com o diálogo técnico e político conduzido entre Brasília e Washington.

A atuação da CTEUA também impulsionou o processo, abrindo o primeiro canal político formal entre Parlamentos dos dois países desde o início do tarifaço.

Senado, diplomacia e setor produtivo atuaram juntos

A missão a Washington levou dados que mostravam perdas para os dois lados:

  • Queda do acesso brasileiro ao mercado americano;

  • Aumento do custo de vida nos EUA com tarifas sobre alimentos e insumos;

  • Risco de fraturas comerciais em setores estratégicos.

“Mostramos que o tarifaço derrubava o nosso acesso ao mercado e, ao mesmo tempo, elevava o custo de vida deles. É uma equação ruim para ambos.”, explicou Nelsinho.

Nos meses seguintes, a CTEUA manteve a agenda ativa, recebendo emissários do Senado americano e acompanhando os passos que levaram o governo dos EUA a rever medidas anteriores.

Alívio imediato para o agro: produtos voltam a competir

A retirada das tarifas favorece itens que, juntos, somam até US$ 5 bilhões ao ano. Em 2024, os EUA responderam por 12% das exportações brasileiras (US$ 40,3 bilhões).

Entre os setores com maior impacto positivo:

  • Café – compras dos EUA haviam caído mais de 50%;

  • Carne bovina;

  • Manga, melão, mamão, abacaxi;

  • Tomate sazonal, açaí, coco e castanhas;

  • Sucos cítricos.

“Com 40% de sobretaxa, o produtor não fechava preço. Esse alívio muda o cenário”, avaliou o senador.

Recuos anteriores dos EUA

Antes da nova decisão, os EUA já haviam:

• Retirado tarifas sobre celulose e ferro-níquel (US$ 1,84 bilhão em exportações);
• Aprovado resolução no Senado americano para encerrar a emergência nacional que autorizava sobretaxas de até 50%;
• Suspenso a tarifa global de 10% para diversos produtos agrícolas.

Próximos passos

A CTEUA, presidida por Nelsinho Trad, deve apresentar seu relatório final até 6 de dezembro, com recomendações para:

  • Consolidar um canal permanente de diálogo parlamentar;

  • Avançar nos temas que ainda estão abertos;

  • Reverter sobretaxas remanescentes sobre madeira, pescados e industrializados.


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