Política / Justiça
Bolsonaro deve passar o Réveillon internado após novo procedimento para conter crise de soluços
Equipe médica aponta quadro estável, mas registra hipertensão e apneia do sono severa
30/12/2025
06:45
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve permanecer internado até pelo menos 1º de janeiro de 2026, após passar por um novo procedimento médico na tarde desta segunda-feira (29) para tentar controlar uma crise persistente de soluços. A informação foi confirmada pela equipe médica responsável pelo acompanhamento do político.
Segundo os médicos, o procedimento ocorreu sem intercorrências e o quadro clínico é considerado estável, embora Bolsonaro tenha voltado a apresentar picos de hipertensão arterial e tenha sido diagnosticado com apneia do sono severa.
De acordo com o médico Mateus Saldanha, responsável pela intervenção, o procedimento durou cerca de uma hora e transcorreu dentro do esperado.
“Foi super tranquilo o procedimento, durou cerca de uma hora mais ou menos”, afirmou.
O cirurgião Claudio Birolini, que acompanha Bolsonaro desde cirurgias anteriores, explicou que a permanência hospitalar é necessária para observação.
“Precisamos de pelo menos 48 horas para avaliar os resultados e possíveis complicações. Independentemente de qualquer coisa, esse tempo será aguardado. Ainda está prevista a realização de uma nova endoscopia digestiva alta”, disse.
Segundo o cardiologista Brasil Caiado, o quadro enfrentado por Bolsonaro é classificado como “soluços persistentes”, condição considerada rara e relacionada a problemas prévios.
“Esse quadro decorre, entre outros fatores, das cirurgias abdominais realizadas após a facada sofrida em 2018”, explicou.
Birolini acrescentou que exames realizados na madrugada desta segunda-feira identificaram até 50 episódios de apneia por hora, caracterizando apneia do sono severa.
“A apneia obstrutiva do sono é um fator que piora a hipertensão”, completou Caiado.
Apesar de Bolsonaro já fazer uso de medicamentos para controle da pressão, a equipe médica relatou novos episódios de hipertensão.
“No sábado (27), ele apresentou um pico hipertensivo. Ajustamos a medicação e houve melhora no domingo, mas durante e logo após o procedimento de hoje ele voltou a ter uma crise hipertensiva”, relatou Caiado.
Segundo o médico, foi necessário o uso de medicação intravenosa, e o ex-presidente permaneceu em observação no centro cirúrgico por cerca de uma hora após o término da intervenção.
A cirurgia foi concluída por volta das 15h, conforme informou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em publicação nas redes sociais.
Bolsonaro está internado desde a última quarta-feira (24), inicialmente para tratamento de uma hérnia inguinal, que foi corrigida cirurgicamente na quinta-feira (25), dia de Natal. Desde então, este é o terceiro procedimento realizado durante a internação.
Por estar cumprindo pena e sob custódia na Polícia Federal, o procedimento precisou de autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
No sábado (27), Bolsonaro passou por um bloqueio do nervo frênico direito, tentativa inicial para conter os soluços. Como as crises persistiram, a equipe optou por realizar, nesta segunda-feira, também o bloqueio do nervo frênico esquerdo.
O procedimento consiste na aplicação de anestésico e corticoide em um nervo do diafragma, próximo à região cervical.
Mais cedo, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, afirmou que o quadro do pai havia se agravado durante a madrugada e que sua vida estaria “seriamente ameaçada”, relato que aumentou a apreensão entre apoiadores.
Apesar disso, a equipe médica reforça que, no momento, o estado de saúde é estável, embora exija monitoramento constante nos próximos dias.
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