 
 Política / Segurança Pública
Governadores criam “Consórcio da Paz” no Rio para integrar forças no combate ao crime organizado
Encontro liderado por Cláudio Castro reúne chefes de estado e discute cooperação entre polícias e inteligência após operação que deixou 121 mortos
30/10/2025
20:00
DA REDAÇÃO
 
 Governadores se reúnem no Rio para discutir segurança pública após operação mais letal da história — Foto: Reprodução TV Globo
Em resposta à megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em 121 mortes e mais de 100 prisões, seis governadores e uma vice-governadora se reuniram nesta quinta-feira (30), no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, e anunciaram a criação do “Consórcio da Paz”, iniciativa voltada à integração das forças de segurança e compartilhamento de inteligência entre os estados.
O anfitrião, Cláudio Castro (PL-RJ), propôs que o consórcio tenha sede no Rio de Janeiro e afirmou que o objetivo é “dividir experiências, estratégias e soluções conjuntas no enfrentamento ao crime organizado”.
“Temos uma grande oportunidade de mudar a segurança pública do país, com integração e diálogo, mas sobretudo com coragem e efetividade”, afirmou Castro.
Participaram da reunião os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Riedel (PP), de Mato Grosso do Sul; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo (por videoconferência), além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.
Inspirado em outros consórcios interestaduais, o grupo pretende integrar contingentes, tecnologia e recursos financeiros para respostas rápidas em situações emergenciais.
Segundo Caiado, a proposta é permitir mobilização imediata entre estados sem necessidade de autorização prévia.
“A tese do consórcio é permitir que nossas forças atuem de forma integrada e ágil. Isso garante mais eficiência e segurança operacional”, explicou.
“Vamos integrar os estados com todos os meios — contingência, inteligência e apoio financeiro. O importante é que cada um contribua com o que tem de melhor”, completou Jorginho Mello.
O grupo informou que outras unidades da federação serão convidadas a aderir ao projeto nas próximas semanas.
Durante o encontro, os governadores elogiaram a operação deflagrada pelas forças de segurança fluminenses, considerada a mais letal da história do estado.
“Parabenizo a polícia do Rio pela coragem e profissionalismo. Essa operação vai entrar para a história da segurança pública do Brasil”, afirmou Ronaldo Caiado.
“A operação foi bem planejada e executada, com grande apreensão de armas e prisões. Deve ser lembrada como uma das mais bem-sucedidas”, disse Romeu Zema.
Cláudio Castro citou a ADPF das Favelas, decisão do Supremo Tribunal Federal que define regras para operações policiais em áreas de vulnerabilidade, afirmando que ela serve como modelo de retomada de territórios e integração federativa.
Além disso, Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram na quarta-feira (29) a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, com apoio do Governo Federal.
O plano inclui:
Refôrço de 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal;
Ampliação da inteligência e perícia federal;
Disponibilização de vagas em presídios federais para criminosos de alta periculosidade.
Na mesma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.245/25, que endurece o combate ao crime organizado. A legislação, de autoria do senador Sergio Moro (União-PR), prevê penas de 4 a 12 anos de prisão para quem ordenar ou financiar atos de violência contra autoridades, testemunhas ou peritos que atuem em processos ligados ao crime organizado.
A nova lei também amplia a proteção pessoal de juízes, promotores, policiais e militares — inclusive aposentados — e seus familiares, especialmente nas regiões de fronteira, como Mato Grosso do Sul.
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