Política / Justiça
Migração do Paraguai detalha como Silvinei Vasques foi preso ao tentar burlar pena do STF
Ex-diretor da PRF usou identidade falsa, rompeu tornozeleira e foi detido em aeroporto de Assunção
26/12/2025
16:15
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
A Direção Nacional de Migração do Paraguai divulgou nesta sexta-feira (26) os detalhes da prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e 6 meses de prisão por integrar a trama golpista.
Segundo o órgão, Silvinei tentava embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, utilizando passaporte falso para burlar os controles migratórios. O plano previa escala no Panamá e destino final em El Salvador.
Os inspetores de imigração identificaram inconsistências quando Silvinei tentou se passar por cidadão paraguaio, o que levou à prisão com apoio da Polícia Nacional. A confirmação da identidade ocorreu por trabalho coordenado entre o Punto Atenas Paraguai, a Rede de Inteligência Migratória e o Comando Tripartite.
De acordo com as autoridades, Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica e deixou o Brasil por via terrestre, ingressando no Paraguai. Com a violação do monitoramento, alertas foram emitidos pelas autoridades brasileiras. A adidância da Polícia Federal (PF) já havia avisado a polícia paraguaia, o que possibilitou a detenção ainda na imigração.
O documento falso usado trazia a foto de um cidadão paraguaio identificado como Julio Eduardo Báez Fernández. Havia dois voos do Paraguai para o Panamá na madrugada — 1h44 e 6h42 —, mas Silvinei não chegou a embarcar.

Fontes da diplomacia brasileira informam que as autoridades paraguaias articulam a “expulsão sumária” do ex-diretor, com entrega à PF na região da Tríplice Fronteira. A previsão é de transferência para Brasília, onde ele permanecerá custodiado.
A condenação de Silvinei foi proferida pela Primeira Turma do STF no julgamento do Núcleo 2, apontado como responsável pela elaboração da “minuta do golpe”, monitoramento de autoridades e articulação dentro da PRF para dificultar o voto de eleitores do Nordeste nas eleições de 2022, além de planos de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Condenados do Núcleo 2:
Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF): 24 anos e 6 meses
Mário Fernandes (general da reserva): 26 anos e 6 meses
Marcelo Câmara (coronel do Exército e ex-assessor): 21 anos
Filipe Martins (ex-assessor internacional): 21 anos
Marília de Alencar (ex-diretora de Inteligência do MJ): 8 anos e 6 meses
O delegado da PF Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça, foi absolvido por falta de provas.
Silvinei residia em Santa Catarina, onde cumpria medidas cautelares desde agosto do ano passado, incluindo uso de tornozeleira e proibição de deixar o país. O STF condenou o ex-diretor em 16 de dezembro; a decisão ainda não transitou em julgado, e a defesa está no prazo para embargos infringentes.
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