Famosos / Luto
Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema francês e símbolo da liberdade feminina, aos 91 anos
Atriz marcou época desde os anos 1950, redefiniu padrões de comportamento e deixou legado que ultrapassa o cinema
28/12/2025
08:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Morreu aos 91 anos a atriz francesa Brigitte Bardot, um dos maiores ícones da história do cinema europeu e símbolo internacional de liberdade feminina no pós-guerra. A informação foi publicada pelo jornal francês Le Figaro.
Desde os anos 1950, Bardot construiu uma imagem que rompeu padrões morais e estéticos de sua época. Ao mesmo tempo atrevida e tímida, sofisticada sem afetação, tornou-se referência de uma mulher livre para viver, amar e escolher seus próprios caminhos, influenciando gerações dentro e fora das telas.
O reconhecimento internacional veio com o filme E Deus Criou a Mulher, dirigido por Roger Vadim, então marido da atriz. Embora o longa tenha fracassado inicialmente na França, o sucesso nos Estados Unidos transformou Bardot em um sex symbol absoluto de sua era e projetou sua imagem globalmente.
Críticos como Claude Chabrol, François Truffaut e Jean-Luc Godard enxergaram nela o rosto de uma França moderna e em transformação.
Bardot transitou entre comédias, dramas e filmes autorais. Atuou em produções marcantes como “A Verdade” (1960), “Vida Privada” (1961) e “O Desprezo” (1963), este último dirigido por Godard. A relação com o cinema, porém, foi marcada por conflitos, exposição excessiva e pressão psicológica.
Em meio à fama intensa, enfrentou crises pessoais profundas, incluindo tentativas de suicídio, e passou a manifestar publicamente o desconforto com a vida sob constante vigilância da imprensa.
A trajetória pessoal foi tão comentada quanto a artística. Bardot teve relacionamentos com atores, músicos e empresários, casou-se quatro vezes e teve um filho, Nicolas-Jacques Charrier, criado longe dos holofotes. A maternidade, segundo ela própria declarou ao longo da vida, foi vivida com sofrimento e conflito emocional.
No Brasil, deixou marca especial ao visitar Búzios, cidade que hoje abriga uma estátua em sua homenagem e se tornou internacionalmente conhecida após sua passagem.
Em 1973, Brigitte Bardot decidiu encerrar definitivamente sua carreira no cinema, após 45 filmes. Dedicou-se à música por alguns anos e, a partir da década de 1980, concentrou-se quase integralmente na defesa dos direitos dos animais, causa que passou a definir sua identidade pública.
Fundou uma das mais ativas organizações de proteção animal da Europa e tornou-se voz constante contra maus-tratos, caça e consumo de carne, afirmando diversas vezes que confiava mais nos animais do que nos seres humanos.
Nas últimas décadas, Bardot voltou ao centro de controvérsias por suas posições políticas conservadoras, apoio à extrema direita francesa e declarações duras contra imigração e o islamismo, que lhe renderam condenações judiciais por discurso de ódio. Ela sempre rejeitou essas acusações, alegando defender valores culturais e a proteção animal.
Em setembro de 2025, lançou o livro “Mon BBcédaire”, no qual reafirmou sua visão crítica sobre o mundo e resumiu sua filosofia de vida: “A liberdade é ser você mesmo, mesmo quando incomoda”.
Brigitte Bardot deixa um legado complexo, controverso e incontornável. Mais do que atriz, foi um fenômeno cultural, que redefiniu o papel da mulher na sociedade, desafiou convenções e permaneceu, até o fim, como uma das figuras mais reconhecidas e discutidas da história do cinema francês e mundial.
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