Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025

Economia / Política

Haddad defende taxação de bancos, bets e bilionários: “Só é injusta para desinformados”

Ministro afirma que governo buscará alternativas após derrota da MP e diz que medida é essencial para o equilíbrio fiscal

14/10/2025

19:45

DA REDAÇÃO

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (14) a chamada “taxação dos BBBs” — bancos, bets e bilionários, após a derrubada da Medida Provisória (MP) que aumentava impostos sobre esses setores. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o ministro afirmou que a cobrança é justa e que o governo vai buscar alternativas junto ao Congresso.

“Já recebi de vários parlamentares acenos no sentido de corrigir o que aconteceu. Vamos buscar alternativas, porque, de fato, a chamada taxação dos BBBs só é injusta na cabeça de pessoas desinformadas sobre o que está acontecendo no Brasil”, declarou Haddad.

O ministro explicou que a equipe econômica vai retomar o diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para definir o novo pacote de medidas.

“Estamos aguardando a volta do presidente da República. Amanhã devemos começar a trabalhar o tema”, disse.

Impacto fiscal e alternativas em estudo

A rejeição da MP deve abrir um rombo de até R$ 35 bilhões no Orçamento de 2026, segundo cálculos do governo. A equipe econômica estima ainda um corte de R$ 7,1 bilhões em emendas parlamentares se o espaço fiscal não for recomposto.

Haddad ressaltou que a medida era fundamental para equilibrar o Orçamento e reduzir distorsões tributárias, inclusive sobre títulos isentos.

“Ela buscava diminuir a distância entre o que paga de imposto alguém que adquire um título público e o que paga quem investe em título incentivado”, afirmou.

O governo agora estuda novos caminhos legislativos e administrativos para recompor a arrecadação, como:

  • Retomada parcial da MP por meio de projetos de lei;

  • Ampliação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);

  • Limite ao uso de créditos tributários;

  • Aumento da tributação sobre apostas e fintechs.

Apostas e responsabilidade social

Durante a audiência, Haddad também endureceu o discurso contra o setor de apostas esportivas, que classificou como produtor de “externalidades negativas”, como o vício em jogos.

“As bets precisam dar uma contribuição pelos efeitos colaterais de um entretenimento que pode gerar dependência”, disse o ministro, destacando que o governo dispõe de tecnologia para enfrentar o setor caso o impasse avance.

Reforma e equilíbrio fiscal

O ministro afirmou que as reformas do consumo e da renda, já em curso, abrirão espaço para ajustes estruturais em temas como folha de pagamento e pejotização, fundamentais para a sustentabilidade das contas públicas.

“Vejo no Senado e em algumas lideranças da Câmara uma compreensão de que a queda da MP tem efeitos concretos. Não é apenas uma disputa política. Precisamos encontrar uma solução responsável para o Orçamento”, concluiu Haddad.


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