Interior / Terenos
Vice assume Prefeitura de Terenos após prisão do prefeito Henrique Budke
Arlindo Landolfi resiste a pressão por renúncia e promete comandar a cidade em meio à crise política
12/09/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O vice-prefeito de Terenos, Arlindo Landolfi Filho (Republicanos), tomou posse na manhã desta sexta-feira (12) como prefeito em exercício, após a prisão e afastamento do titular Henrique Wancura Budke (PSDB), alvo da Operação Spotless. A solenidade ocorreu às 11h, na sede da prefeitura, e marca o início de um período de instabilidade política no município.
Landolfi, de 46 anos, é médico, natural de Ponta Porã e estreou na política em 2024, ao disputar a eleição como vice na chapa de Budke. Após a cerimônia de posse, ele deve conceder o primeiro pronunciamento à imprensa como chefe do Executivo municipal.
Na quinta-feira (11), circularam rumores de que o vice teria sido pressionado a renunciar para abrir caminho à ascensão do presidente da Câmara Municipal, Leandro Caramalac (PSD). Segundo informações, o deputado federal e ex-prefeito de Terenos Beto Pereira (PSDB) teria se reunido com Landolfi e Caramalac logo após a prisão de Budke, sugerindo a renúncia do vice.
O presidente do Republicanos em Terenos, Professor Celso, confirmou que o vice foi sondado, mas garantiu que o partido não abrirá mão da prefeitura.
“O vice-prefeito foi sondado para essa possibilidade e disse não, quer assumir o cargo de prefeito. Isso faz parte do jogo político, a gente sabe disso. O Republicanos não concordaria com a renúncia”, declarou.
Já o presidente estadual da sigla, Antônio Vaz, afirmou que ainda não conversou diretamente com Landolfi sobre a situação.
Deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), a operação cumpriu 16 mandados de prisão e 59 mandados de busca e apreensão em Terenos, Campo Grande e Santa Fé do Sul (SP).
Entre os presos estão:
Henrique Wancura Budke, prefeito de Terenos
Arnaldo Santiago, empresário
Eduardo Schoier, empresário
Fábio André Hoffmeister Ramires, policial militar e empresário
Fernando Seiji Alves Kurose, empresário
Genilton da Silva Moreira, empresário
Hander Luiz Corrêa Chaves, empresário
Nadia Mendonça Lopes, empresária
Orlei Figueiredo Lopes, empresário
Sandro José Bortoloto, empresário
Sansão Inácio Rezende, empresário
Valdecir Batista Alves, empresário
As investigações apontam que Budke liderava uma organização criminosa responsável por fraudar editais de licitação para beneficiar empresas específicas. Os editais eram elaborados sob medida, simulando concorrência legítima. Só no último ano, as fraudes ultrapassaram R$ 15 milhões.
Além disso, o esquema incluía pagamento de propina a servidores que atestavam falsamente o recebimento de produtos e serviços, além de acelerar processos para liberar pagamentos.
A Operação Spotless surgiu a partir de provas coletadas na Operação Velatus, deflagrada em agosto de 2024. O nome da operação faz referência à necessidade de que os contratos públicos sejam realizados sem “manchas” de corrupção.
A ação contou com apoio da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, por meio do Batalhão de Choque (BPChq) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
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