Política / Partidos
PT antecipa saída da base de Riedel e promete oposição “crítica e responsável” na Assembleia
Partido perde espaço na gestão, mas diz que continuará articulando recursos para Mato Grosso do Sul
08/08/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso do Sul anunciou que deixará a base de apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa (Alems). A decisão, que seria comunicada em breve, foi antecipada e será oficializada em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (8).
A ruptura ganhou força após declarações de Riedel contrárias a decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes relacionadas à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a saída, o PT perde secretarias e subsecretarias, enquanto o governo tucano pode enfrentar mais resistência na Alems e eventuais dificuldades para obter apoio federal em investimentos e créditos.
Para a deputada estadual Gleice Jane, a legenda ocupa pouco espaço na estrutura administrativa estadual:
“Hoje nós temos, dentro da Secretaria de Cidadania, algumas subsecretarias, mas é muito pequeno. O tamanho do PT dentro do governo é muito pequeno. Acho que o PT não perde tanto nesse processo”, disse.
O presidente estadual eleito, Vander Loubet, também minimizou o impacto:
“É natural a questão de deixar os cargos. Isso faz parte.”
Os petistas destacam que o partido foi fundamental na vitória de Riedel no segundo turno de 2022 contra Capitão Contar. Segundo Gleice Jane, a aliança teve como objetivo impedir a vitória do adversário e garantir interlocução com o Governo Federal.
O deputado Pedro Kemp afirmou que o partido contribuiu com políticas públicas nas áreas de agricultura familiar e direitos de cidadania — como Mulher, Igualdade Racial, Pessoa Idosa, Comunidade LGBT e Assuntos Comunitários.
Vander Loubet ressaltou a articulação para levar ao Estado investimentos federais, como:
3.600 moradias do Minha Casa Minha Vida;
Recursos do Novo PAC para infraestrutura, saúde, educação, habitação, cultura, saneamento, transporte e energia, totalizando cerca de R$ 29 bilhões;
Financiamento do BNDES de R$ 2,6 bilhões para modernização de rodovias estaduais;
Inclusão de trechos das BR-262 e BR-267 na concessão da Rota da Celulose, com aval do presidente Lula.
“Nossa saída não vai implicar, pelo menos da nossa parte, em prejuízo ao Estado. Seguiremos articulando recursos e investimentos para Mato Grosso do Sul”, garantiu Vander.
A nova postura do partido será de oposição crítica, responsável e programática. Kemp afirmou que o PT apoiará projetos de interesse público, especialmente os voltados para inclusão social.
Gleice Jane acredita que a saída fortalece o trabalho de oposição, até então feito de forma isolada:
“Agora a gente passa a um trabalho coletivo, com base em um debate sério para o Estado.”
Vander afirmou que os deputados Zeca do PT, Pedro Kemp e Gleice Jane vão avaliar caso a caso, sem adotar “oposição por birra”. Na bancada federal, ele e Camila Jara manterão abertura ao diálogo com o governo estadual.
A reportagem solicitou posicionamento do governador Eduardo Riedel, mas até o fechamento não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Tebet sobre tarifaço: “Estados Unidos não podem se enganar, nosso maior parceiro comercial é a China e a Ásia”
Leia Mais
Câmara envia à Corregedoria pedidos de suspensão de 14 deputados após ocupação do plenário
Leia Mais
Multas aplicadas por radares em Campo Grande após contrato vencido podem ser anuladas pela Justiça
Leia Mais
Lia Nogueira cobra reforço na sinalização do anel viário de Dourados para evitar mortes
Municípios