Campo Grande (MS), Terça-feira, 13 de Maio de 2025
Saúde / Bem-Estar
Menopausa pode desencadear lipedema: entenda como alterações hormonais favorecem a doença
Especialista explica como a queda de estrogênio e progesterona influencia na distribuição de gordura e agrava sintomas do lipedema em mulheres predispostas
13/05/2025
07:55
DRA. FLÁVIA MAMBRINI
©ILUSTRAÇÃO
O lipedema, doença crônica marcada pelo acúmulo desproporcional de gordura nos membros inferiores, é frequentemente confundido com obesidade ou retenção de líquidos. Embora ainda pouco reconhecido, o problema afeta a qualidade de vida de muitas mulheres e pode ser agravado ou desencadeado pela menopausa, segundo especialistas.
De acordo com a ginecologista Dra. Flávia Mambrini, estudiosa da saúde hormonal feminina, a relação entre queda hormonal e desenvolvimento do lipedema é direta em mulheres predispostas. “A redução dos níveis de estrogênio e progesterona durante a menopausa provoca mudanças metabólicas e na distribuição de gordura corporal, o que pode desencadear ou intensificar o lipedema”, afirma.
Doença crônica e progressiva que causa dor, inchaço e sensibilidade, principalmente nos braços e pernas
Caracteriza-se pelo acúmulo anormal de gordura, que não afeta mãos e pés
Com frequência, é confundido com obesidade, celulite ou linfedema
Pode evoluir e impactar diretamente a mobilidade e autoestima da mulher
“É uma condição que precisa ser diagnosticada corretamente para evitar tratamentos ineficazes e frustrações”, reforça a ginecologista.
Durante a menopausa, as alterações hormonais não afetam apenas o sistema reprodutivo, mas todo o organismo feminino. Dra. Flávia explica que:
A deficiência de estrogênio interfere na elasticidade vascular e no funcionamento do sistema linfático
Isso pode favorecer o desenvolvimento ou agravamento do lipedema
Mulheres com predisposição genética devem ficar atentas aos sinais de dor e aumento desproporcional de gordura nos membros
“Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior a chance de controlar os sintomas e evitar complicações”, ressalta.
O tratamento do lipedema não se limita ao aspecto estético. Segundo Dra. Flávia, o manejo ideal envolve:
Atividade física adaptada, como hidroginástica ou caminhadas moderadas
Alimentação equilibrada, com foco anti-inflamatório
Fisioterapia e drenagem linfática
Acompanhamento hormonal, especialmente em mulheres na menopausa
Em alguns casos, pode ser indicada a cirurgia de lipoaspiração especializada
A médica defende um olhar mais atento para as transformações corporais da mulher madura. “A menopausa exige atenção além das queixas tradicionais. Doenças como o lipedema precisam ser levadas em consideração nesse momento de transição hormonal profunda”, conclui.
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