Saúde Pública
Brasil registra uma internação por acidente de trânsito a cada dois minutos no SUS
Estudo revela impacto bilionário para a saúde pública e reforça debate sobre criação de seguro obrigatório para vítimas
09/05/2025
11:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Em 2024, os acidentes de trânsito no Brasil resultaram em 227.656 internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) — o que representa uma vítima internada a cada dois minutos. Os dados são de uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) e pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abremed), no contexto da campanha Maio Amarelo, que neste ano adota o tema “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana”.
O estudo aponta ainda um custo alarmante para os cofres públicos: as internações geraram despesas de R$ 3,8 bilhões ao SUS em apenas um ano.
As principais vítimas dos acidentes são os motociclistas (60%), seguidos por pedestres (16%), ocupantes de automóveis (7%) e ciclistas (7%). A dimensão financeira desses sinistros revela o peso na saúde pública e na infraestrutura nacional. Segundo o estudo, com os recursos gastos pelo SUS em 2024 seria possível:
Construir de 32 a 64 hospitais de médio porte
Implantar até 35 mil quilômetros de ciclovias urbanas
Duplicar aproximadamente 505 quilômetros de rodovias federais
Adquirir mais de 15 mil ambulâncias básicas
Habilitar quase 13 mil novos leitos de UTI
Embora o Brasil esteja entre os três países com maior número de mortes no trânsito no mundo, ainda não possui um seguro obrigatório nacional que ampare vítimas de acidentes ou seus familiares. Em países como Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, o SOAT (Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito) cobre despesas médicas e hospitalares, independentemente de culpa.
Para o presidente do CDVT (Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito), Lucio Almeida, o cenário exige atenção urgente do poder público:
“Muitas vítimas enfrentam meses de recuperação, sem renda e com altos custos para seguir com o tratamento. É necessário um mecanismo permanente de amparo, como um seguro obrigatório.”
Almeida destaca que a campanha Maio Amarelo tem papel fundamental na conscientização, mas cobra ações concretas e políticas públicas efetivas para garantir assistência social e econômica às vítimas.
“Seja motorista, passageiro ou pedestre, todos têm direito a um respaldo digno em caso de acidente. É urgente que a classe política do nosso país trate desse assunto com a seriedade que merece”, conclui.
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