Economia
Energia e gás puxam inflação no Brasil e pressionam famílias e indústria, aponta estudo
Levantamento revela que custo da energia elétrica subiu 1.299% e o do gás natural 2.251% desde 2000, muito acima do IPCA acumulado de 326%
05/07/2025
08:30
DA REDAÇÃO
©ILUSTRAÇÃO
A disparada no custo da energia elétrica e do gás natural foi um dos principais fatores para a inflação acima da meta registrada no Brasil entre os anos de 2000 e 2024, de acordo com estudo divulgado na quinta-feira (3) pela Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres). O levantamento, realizado pela Ex Ante Consultoria Econômica, aponta que os dois insumos aumentaram quatro e sete vezes mais que o IPCA do período, impactando diretamente o bolso da população e a competitividade da indústria nacional.
IPCA acumulado (2000-2024): 326%
Energia elétrica: +1.299%
Gás natural: +2.251%
O estudo relaciona esse crescimento explosivo ao aumento nos preços de bens essenciais ao consumidor final. Um exemplo é o pão francês, que subiu 509% no período, sendo 85% desse reajuste atribuído ao custo energético. No leite longa-vida, 86% do aumento decorre da energia, e no queijo, o impacto chega a 92%.
Outros produtos também sofreram elevação significativa, com influência direta da energia:
Gás de cozinha: +53,1%
Cimento: +31,6%
Transporte coletivo urbano (ônibus): +19,9%
Além de pesar no orçamento das famílias, o alto custo da energia impactou severamente o setor produtivo. Segundo o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, a escalada dos preços reduziu margens, desestimulou investimentos e gerou efeitos negativos sobre o emprego.
“Essa pressão silenciosa da energia sobre os preços tem sido um dos principais obstáculos à estabilidade econômica do País”, alertou Pedrosa.
O estudo também traz críticas à Medida Provisória 1.300/2025, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe uma redistribuição de encargos do setor elétrico, transferindo parte dos custos para os consumidores do mercado livre — especialmente empresas industriais. A Abrace estima que, se aprovada no formato atual, a medida poderá elevar o IPCA em até dois pontos percentuais nos próximos anos.
“Trata-se de uma transferência ineficiente e injusta de custos, que penaliza os setores produtivos e agrava o preço de itens essenciais para os mais pobres”, destacou o presidente da associação.
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