Durante a abertura do Exame Superagro – Especial Biocombustíveis, realizada nesta segunda-feira (31) em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel ressaltou o protagonismo de Mato Grosso do Sul no setor de bioenergia. O evento, promovido pela revista Exame em parceria com o Governo do Estado, foi sediado na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) e reuniu autoridades, especialistas e representantes da cadeia produtiva.

🌱 Estado consolida liderança na produção de etanol

Com uma produção recorde de 4,2 bilhões de litros de etanol na safra 2024/2025, Mato Grosso do Sul mantém-se como o quarto maior produtor do país, de acordo com a Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado). O destaque vai para o avanço do etanol de milho, que já representa 37% da produção total.

“Mato Grosso do Sul é um exemplo de como o setor de biocombustíveis tem evoluído. Saímos de um cenário em que o etanol de milho era um subproduto, e hoje ele é peça-chave da nossa matriz energética”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

Apesar da redução de 5,1% na moagem de cana (48,5 milhões de toneladas), a produção cresceu 10% no ciclo atual. Para a safra 2025/2026, a projeção é de 4,7 bilhões de litros de etanol, um crescimento de 11%.

🔧 Infraestrutura e logística como pilares da expansão

Riedel também abordou os desafios estruturais e destacou obras estratégicas para o setor, como:

• Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, primeira do país

• Recuperação da malha ferroviária oeste

• Repactuação da BR-163

• Projeto da rota da celulose

Essas ações, somadas a investimentos de R$ 18 bilhões, prometem ampliar a competitividade e a logística de escoamento da produção.

“A hidrovia do Paraguai é um verdadeiro ouro em nossas mãos. A combinação de hidrovia e ferrovia é mais estratégica e sustentável que o uso exclusivo de rodovias”, destacou Riedel.

🧪 Sustentabilidade, inovação e geração de empregos

Com 22 usinas em operação, sendo 19 de cana e 3 de milho, o setor emprega cerca de 30 mil pessoas diretamente, com salários acima da média estadual. A bioenergia representa 17% do PIB industrial de MS, com forte impacto socioeconômico.

Segundo o presidente da Biosul, Amaury Pekelman, o setor tem demonstrado resiliência e capacidade de inovação:

“Mesmo com adversidades climáticas, continuamos avançando. O etanol de milho revolucionou o setor, e nossa capacidade produtiva segue crescendo.”

Todas as usinas do estado são certificadas pelo programa RenovaBio, responsável por evitar a emissão de 13,7 milhões de toneladas de CO₂ entre 2020 e 2024 — o equivalente ao plantio de 89 milhões de árvores.

📊 Dados-chave do setor de bioenergia em MS:

• Etanol produzido em 2024/2025: 4,2 bilhões de litros

• Projeção para 2025/2026: 4,7 bilhões de litros

• Moagem de cana 2024/2025: 48,5 milhões de toneladas

• Participação do etanol de milho: 37%

• Usinas em operação: 22

• Empregos diretos: 30 mil

• Participação no PIB industrial: 17%

• CO₂ evitado via RenovaBio (2020-2024): 13,7 milhões de toneladas