Campo Grande (MS), Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025

CORUMBÁ

O Petróleo pode turbinar a campanha em Corumbá

12/09/2024

07:30

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA*

©DIVULGAÇÃO

O candidato à prefeito em Corumbá que souber explorar esse tema, certamente sairá na frente dos demais concorrentes na corrida eleitoral. Contudo, deve conhecer o caminho a percorrer, ou seja, a história do petróleo em Porto Esperança. Petróleo é um produto símbolo de riqueza, e riqueza atrai riqueza. Um assunto que, por si só, arrastaria a rápida recuperação da Rede Ferroviária para o transporte do ouro negro. Isso atrairia empresas especializadas em petróleo, máquinas, equipamentos e muita gente para tocar um grande projeto como esse.

Mas... em Porto Esperança tem petróleo? Se pesquisarem na Câmara Municipal de Corumbá, os trabalhos do saudoso Vereador Geraldino Martins de Barros, certamente encontrarão vasto material sobre o tema. Vale ressaltar que Geraldino de Barros foi eleito e, depois, reeleito por diversos mandatos com os votos dos eleitores de Porto Esperança. Sou testemunha viva desse passado, pois, meu pai, que era marítimo, foi transferido para esse distrito, e eu contava apenas sete anos de idade. Estudei no Colégio Barão do Rio Branco, que era mantido pela entidade S.S.C.H., e conheci o vereador Geraldino de Barros, muito presente na comunidade.

O famoso escritor brasileiro, Monteiro Lobato, abriu uma firma em Corumbá, cujo escritório ficava na Rua Delamare e se chamava Companhia Matogrossense de Petróleo. Ele era um entusiasta na prospecção de petróleo em Porto Esperança e precisava do apoio do Congresso Nacional para obter autorização e iniciar a empreitada. Pelo que se sabe, ele era um homem rico e desejava concluir esse tão sonhado projeto. Bateu às portas do Congresso Nacional várias vezes, sem contudo conseguir o seu intento. Desolado, abandonou o seu projeto, fechou a empresa e desativou o escritório.

Posteriormente, Monteiro Lobato teve conhecimento de que havia um lobby dentro do Congresso, na década de 1940, que trabalhava em favor de uma companhia americana de petróleo que ambicionava um projeto idêntico ao seu e que havia conseguido autorização para a prospecção do petróleo em Porto Esperança. A empresa iniciou a perfuração do solo pantaneiro e, segundo relatos dos moradores, jorrou petróleo, um líquido escuro que muitos aproveitavam para recolher em vasilhames para serem utilizados em lamparinas. Quando cheguei ao local, havia uma torre metálica, cuja base estava lacrada com concreto e uma placa da empresa.

Para nossa infelicidade, eclodiu em 1941 a Segunda Guerra Mundial, da qual os Estados Unidos participaram. Os investimentos do tipo foram paralisados e, como a guerra levou alguns anos para terminar, o projeto foi abandonado. O distrito de Porto Esperança, sendo o ponto final da Rede Ferroviária Federal NOB, manteve a esperança na volta da exploração do petróleo, e o vereador Geraldino não abandonou a luta, sendo sempre prestigiado pelos eleitores. No entanto, quando os trilhos da NOB chegaram em Corumbá, por volta de 1954, Porto Esperança começou a esvaziar.

Como marco dessa efeméride, ficou no distrito de Porto Esperança a Torre do Petróleo, que, corroída pelo tempo, acabou desabando, tal como os moradores, cuja desilusão enfraqueceu sua resistência. Ainda assim, acredito que vale a pena investir nesse tema, que com certeza empolgará a população corumbaense. Pelo que sei, o distrito de Porto Esperança conta hoje com 80 eleitores. Vamos lá, candidatos, o povo precisa ser estimulado para que Corumbá dê a volta por cima.

*Economista


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