POLÍTICA
Lula diz que quer 'mostrar para Brasil' quais terras podem ser utilizadas para a reforma agrária 'sem muita briga'
Declaração foi dada durante o lançamento, no Palácio do Planalto, da nova estratégia para assentar mais famílias agricultoras. Ação ocorre em momento de vários registros de ocupações do MST pelo país.
15/04/2024
18:09
G1
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (15) que quer "mostrar para o Brasil" quais terras podem ser utilizadas para a reforma agrária "sem muita briga".
Por isso, Lula afirmou que pediu ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para fazer um levantamento de todas terras que poderiam usadas para essa finalidade.
A declaração foi dada durante o lançamento, no Palácio do Planalto, da nova estratégia para assentar mais famílias agricultoras (leia mais abaixo).
"Eu pedi ao Paulo Teixeira que fizesse um levantamento, com a ajuda dos governadores, com as secretarias que cuidam das terras em cada estado, com o pessoal do Incra estadual para a gente ter noção de todas as terras que poderiam ser disponibilizadas para assentamento neste país. Isso não invalida a continuidade da luta pela reforma agrária. Mas o que nós queremos fazer é mostrar aos olhos do Brasil o que a gente pode utilizar sem muita briga. Isso sem querer pedir para ninguém deixar de brigar", disse o presidente.
O presidente também disse que essa é uma forma nova para enfrentar um "problema velho".
"Agora, é a gente distribuindo as terras adequadas para as pessoas adequadas que necessitam produzir. (...) Eu estou dizendo isso porque depois de você fazer o assentamento tem uma tarefa que é tão ou mais importante do que dar terra, que é torná-la produtiva e torná-la atraente para que as pessoas continuem morando na terra e tendo nela uma razão de viver", afirmou Lula.
Na ocasião, o presidente assinou um decreto que cria o programa "Terra da Gente" e entregou título de terra para uma moradora da Bahia. Ao todo, 32 família receberam títulos de terra por meio do programa.
O lançamento acontece num momento em que ocorrem várias ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo país.
A mais recente foi nesta segunda, em Campinas, São Paulo, quando uma fazenda foi ocupada por 200 famílias.
A área é administrada por uma empresa do setor mobiliário e, segundo o MST, está improdutiva; o proprietário nega.
A Prefeitura informou que o Grupo de Contenção a Ocupações Irregulares da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) esteve no local para evitar a ação do movimento com o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
Parte das famílias deixou o local em carros e outros saíram a pé. Eles ocuparam a Estrada da Servidão em frente à entrada da fazenda com pertences e faixas.
No domingo (14), integrantes outro grupo ligado ao MST ocupou duas áreas de pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Segundo o MST, o ato tem relação com a “Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária”.
Ainda de acordo com o movimento, 2.400 famílias participam das ocupações em Petrolina.
De acordo com a Embrapa, duas áreas, que são utilizadas como campos experimentais, foram ocupadas. Em 2023, um dos terrenos foi ocupado duas vezes, no mês de julho e abril .
Após o evento no Palácio do Planalto, Paulo Teixeira afirmou para imprensa que as reivindicações do MST em Petrolina já foram atendidas pelo governo.
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