Deputado disse que não adianta fazer 'firula' para trabalhar em janeiro. Dilma defendeu não haver recesso para acelerar processo de impeachment. |
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Foto: Lula Marques/Agência PT |
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstrou nesta quinta-feira (7) não ter interesse em convocar o Congresso Nacional para trabalhar durante o recesso de janeiro e acelerar, com isso, a tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha destacou que é preciso haver acordo para cancelar o recesso e disse que não adianta “fazer firula” propondo convocação, se não houver chance de que isso seja aprovado.
A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda, após se reunir com um grupo de juristas contrários ao impeachment, que o Congresso não deve entrar em recesso. O início da folga dos parlamentares está marcado para começar no dia 23 de dezembro. Eles retomariam os trabalhos em 2 de fevereiro. Cunha lembrou que é necessário que Câmara e Congresso aprovem cancelar o recesso.
“A convocação se dá por pedido do presidente da República, presidentes da Câmara e do Senado ou requerimento da maioria absoluta das duas Casas. Em todos esses casos é preciso aprovação [da convocação] pela maioria absoluta das duas Casas. Não adianta eu propor. Tem que ter concordância do Senado e concordância das duas casas. Fazer firula de propor para não passar não adianta nada. Tem que ter consenso e esse consenso precisa ser feito da forma constitucional”, afirmou.
A oposição quer manter o recesso por acreditar que a intenção do governo é apostar num mês de férias para votar o processo de impeachment, na esperança de que haja pouca mobilização popular. Cunha também decidiu adiar para esta terça (8) a sessão para eleger membros da comissão especial que dará parecer pela continuidade ou não do processo.
Também será permitido que sejam formadas chapas alternativas na eleição dos membros da comissão especial. Para deputados governistas, trata-se de uma "manobra" para dar tempo para que a oposição forme uma chapa "pró-impeachment" reunindo deputados do PMDB que defendem o afastamento de Dilma.
O líder da legenda, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), pretendia indicar parlamentares que atuam em sintonia com o Planalto. Os deputados governistas também acusam Cunha de querer inviabilizar a reunião do Conselho de Ética, já que está marcada para ocorrer na hora da eleições dos membros da comissão especial.
O peemedebista nega que queria inviabilizar a reunião do conselho. "Na prática, iria adiar porque não há quórum. Há também inviabilidade técnica por causa da chapa alternativa. Na semana passada, não havia sessão ordinária. A sessão ordinária continua marcada para 14h, como sempre foi. E ela não vai começar certamente antes de 17h30. O Conselho de Ética é que marcou na hora da sessão ordinária", afirmou.
Do G1, em Brasília
Por: Nathalia Passarinho
Link original: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2015/12/eduardo-cunha-diz-que-e-preciso-consenso-para-cancelar-recesso.html