Política / Economia
Câmara afirma que Prefeitura não debateu aumento do IPTU e cobra explicações sobre reajustes em Campo Grande
Moradores relatam cobranças acima dos 5,32% anunciados, enquanto Legislativo diz não ter sido consultado sobre mudanças
30/12/2025
17:00
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A Câmara Municipal de Campo Grande afirmou que não participou de qualquer discussão ou deliberação sobre o aumento do IPTU e a redução do desconto para pagamento à vista adotados pela Prefeitura de Campo Grande. A manifestação ocorre em meio a reclamações de moradores que relatam valores nos carnês acima do reajuste oficial de 5,32% anunciado pelo Executivo.
Em nota oficial, o presidente da Câmara, Papy, informou que o Legislativo não foi consultado e não recebeu propostas relacionadas à base de cálculo, atualização de valores ou forma de cobrança do imposto. Diante das queixas, o parlamentar anunciou a constituição de uma equipe técnica especializada para analisar os critérios adotados pela Prefeitura.
A Câmara encaminhou ofício à prefeita Adriane Lopes solicitando explicações detalhadas sobre a metodologia utilizada no cálculo dos novos valores do IPTU e os motivos da redução do desconto para pagamento à vista.
Segundo o Legislativo, as informações deverão ser apresentadas de forma clara, acessível e transparente, reforçando o papel institucional de fiscalização e a defesa da justiça fiscal.
O vereador Rafael Tavares, que lidera a comissão criada para questionar as medidas, afirmou que não é o momento de elevar a carga tributária diante da avaliação negativa sobre a prestação de serviços públicos.
“A cidade tem muitos problemas e a prestação de serviço é ruim. Não é o momento de reajustar valores de imóveis, onerando a população. Queremos compreender as bases de cálculo e o motivo do cancelamento do desconto de 20% para pagamento à vista”, declarou.
Ele também ressaltou que a decisão foi unilateral do Executivo e que os vereadores têm sido pressionados pela população por esclarecimentos.
Por meio do decreto nº 16.443, de 10 de novembro, a prefeita Adriane Lopes reduziu o desconto para pagamento à vista do IPTU e da Taxa de Coleta de Resíduos de 20% para 10% em 2026. O prazo para pagamento foi fixado até 12 de janeiro.
Paralelamente, o Executivo divulgou reajuste oficial de 5,32%. No entanto, relatos recentes indicam aumentos bem superiores ao percentual informado.
Nas redes sociais, moradores de Campo Grande manifestaram indignação com os valores cobrados. Entre os relatos, há menções a aumentos de 31%, 41% e até 45%, inclusive em imóveis sem infraestrutura adequada, como ausência de asfalto.
A Câmara informou que seguirá acompanhando o caso e cobrando esclarecimentos para garantir transparência e equilíbrio na cobrança do imposto municipal.
A Câmara Municipal de Campo Grande, por meio de sua Presidência, vem a público esclarecer que não participou da discussão, deliberação ou aprovação dos novos critérios que resultaram no aumento do IPTU e na redução do desconto para pagamento à vista. Nenhuma proposta relacionada à base de cálculo, atualização de valores ou forma de cobrança passou por esta Casa de Leis.
Reforçamos que a Câmara não foi consultada, tampouco convidada a opinar sobre as mudanças implementadas pela Prefeitura.
Como presidente da Câmara, assumo o compromisso de constituir imediatamente uma equipe técnica especializada para estudar, discutir e avaliar com profundidade os critérios utilizados na elaboração e aplicação dos novos valores do IPTU. É nosso dever institucional fiscalizar e compreender os fundamentos técnicos e legais que foram impostos à população sem o devido debate com o Legislativo.
Enviaremos um ofício à Prefeitura Municipal solicitando formalmente explicações detalhadas sobre a metodologia utilizada no cálculo dos novos valores e os motivos da redução do desconto para pagamento à vista. Exigimos que tais informações sejam apresentadas de forma clara, acessível e transparente.
Reforçamos nosso compromisso com cada cidadã e cidadão de Campo Grande. Esta Casa Legislativa seguirá atuando com firmeza, responsabilidade e respeito à população, defendendo sempre a justiça fiscal e a transparência na gestão pública.
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