Campo Grande (MS), Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025

Cidade / Mobilidade

Capital completa quatro dias sem ônibus e greve no transporte coletivo segue sem acordo

Paralisação afeta mais de 100 mil passageiros, Justiça determina intervenção no Consórcio Guaicurus e multa ao sindicato ultrapassa R$ 500 mil

18/12/2025

06:45

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A greve dos motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande entra nesta quinta-feira (18) no quarto dia consecutivo, mantendo a Capital sem circulação de ônibus desde a última segunda-feira (15). A paralisação atinge diariamente mais de 100 mil passageiros, que dependem do serviço para trabalhar, estudar e acessar serviços essenciais.

A mobilização foi aprovada em assembleia da categoria, após atrasos no pagamento integral dos salários, incluindo o adiantamento previsto para o início de dezembro, além de verbas como 13º salário e vale mensal. Os trabalhadores alegam dificuldades financeiras e falta de avanço nas negociações com o Consórcio Guaicurus.

Pagamentos parciais não suspenderam a greve

Mesmo após pagamentos parciais realizados pelo consórcio, a categoria manteve a paralisação. Segundo os motoristas, os valores repassados não cobriram a totalidade dos débitos, o que inviabilizou a suspensão do movimento.

A situação tem provocado transtornos generalizados na rotina dos campo-grandenses, especialmente para quem depende exclusivamente do transporte público.

Multas ultrapassam R$ 500 mil

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) impôs multas diárias crescentes ao STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) pelo descumprimento de decisões judiciais.

O valor acumulado já chega a R$ 520 mil, somando:

  • R$ 20 mil – segunda-feira

  • R$ 100 mil – terça-feira

  • R$ 200 mil – penalidade mais recente

Nas decisões, o desembargador federal do Trabalho César Palumbo Fernandes ressaltou que as multas têm “natureza jurídica coercitiva, e não indenizatória”, com o objetivo de garantir a efetividade da ordem judicial e compelir o cumprimento das determinações, além de reafirmar a autoridade do Poder Judiciário.

Histórico da paralisação

A decisão de cruzar os braços foi tomada em assembleia realizada na quinta-feira (11), que reuniu cerca de 200 profissionais. A categoria cobra o pagamento integral dos salários que deveriam ter sido depositados no dia 5 de dezembro, além de outros direitos em atraso.

Na tentativa de conter a paralisação, o Consórcio Guaicurus informou, no fim da tarde de sexta-feira (12), o pagamento de 50% dos salários atrasados, medida considerada insuficiente pelos trabalhadores.

Posição da Prefeitura

A Prefeitura de Campo Grande informou que os repasses ao consórcio estão em dia, reforçando que a responsabilidade pelos pagamentos aos funcionários é da empresa concessionária.

Enquanto não há acordo, a greve segue sem previsão de encerramento, mantendo a cidade sem transporte coletivo e ampliando os impactos sociais e econômicos na Capital.


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