Política / Justiça
Operação “Fake Cloud” prende três suspeitos e desarticula quadrilha que fraudava licitações em Itaporã
Investigações do Gecoc apontam esquema de contratos simulados e pagamento de propina na gestão municipal anterior
23/10/2025
09:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) deflagrou nesta quinta-feira (23) a Operação “Fake Cloud”, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes em licitações públicas na Prefeitura de Itaporã, a 234 km de Campo Grande.
A ação, realizada com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), cumpriu três mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Itaporã.
Segundo o Gecoc, as investigações apontam a existência de um grupo criminoso estruturado, composto por empresários e agentes públicos, que fraudava processos de contratação por dispensa de licitação desde 2022.
Os contratos investigados estavam relacionados ao fornecimento de licenças de sistemas de backup em armazenamento em nuvem para o Poder Executivo Municipal de Itaporã. O grupo simulava concorrências, apresentando propostas fictícias e exigências técnicas elaboradas sob medida para direcionar os contratos a uma empresa específica.
Em troca, os agentes públicos envolvidos recebiam propina e informações privilegiadas eram repassadas aos empresários para manipular o processo licitatório.
O nome da operação — “Fake Cloud” — significa “nuvem falsa”, em referência aos contratos firmados para serviços de backup de dados em nuvem que não eram efetivamente prestados ao município.
A operação foi deflagrada após o Gecoc reunir provas documentais e digitais que indicam simulações de contratos, sobrepreço e direcionamento das licitações.
Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Itaporã esclareceu que os fatos investigados referem-se exclusivamente à gestão municipal de 2021 a 2024, vinculados ao Processo Licitatório nº 183/2022, cujo contrato já está totalmente encerrado.
A atual administração, sob comando do prefeito Tiago Carbonaro desde 1º de janeiro de 2025, afirmou não ter qualquer envolvimento ou responsabilidade sobre os contratos investigados:
“Todos os fatos apurados antecedem completamente o atual mandato e não guardam qualquer relação com a presente gestão”, destacou o comunicado oficial.
Os presos foram conduzidos para Campo Grande, onde permanecem à disposição da Justiça. O Gecoc informou que as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos, mapear o fluxo financeiro das propinas e determinar valores desviados dos cofres públicos.
A operação reforça o compromisso do Ministério Público Estadual no combate à corrupção e à má gestão de recursos públicos, especialmente em contratos voltados à tecnologia e serviços digitais, considerados áreas sensíveis a fraudes.
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