Ampla Visão
Opinião pública, decide eleições!
Disputas internas, obras cobradas, incertezas para 2026 e pressão sobre lideranças marcam o tabuleiro político de MS
02/10/2025
20:30
MANOEL AFONSO
“Política é lugar de diferentes e diferenças. As pessoas não pensam igual e nem são obrigadas a pensar igual. A gente pode ser diferente, respeitar os diferentes e aí construir o consenso...( ) Posso ser candidato a reeleição, mas entendo que com esse trio Riedel, Reinaldo e Tereza, a gente pode colocar o nosso nome para conquistar essa vaga...” (Deputado Gerson Claro).
A sentença condenatória pegou o ex-deputado Giroto no contrapé dias após prestigiar o evento do PL – de olho nas eleições de 2026. As penas vão desde a suspensão dos direitos políticos por 10 anos, até a parte pecuniária. O fato criou um clima de mal-estar e ceticismo em torno de seu projeto. Desistirá ou insistirá?
A opinião pública é movida por notícias, imagens e opiniões. No caso, pesa o histórico envolvendo Giroto, inclusive sua prisão por meses a fio junto com o ex-governador Puccinelli. Sem prejulgar, é razoável admitir que esse novo capítulo pode implodir seu projeto de tentar voltar à Câmara Federal. Sabe como é...
“A República no Brasil é o regime da corrupção ( - ). Ninguém quer dar a emoção íntima que tem a vida e das coisas. Todos querem ‘comer’. ‘Comem os juristas, os filósofos, ‘comem’ os médicos, os advogados, ‘comem’ os romancistas, ‘comem’ os engenheiros e os jornalistas. O Brasil é uma vasta comilança.” (Lima Barreto, 1904)
ATUALÍSSIMO o texto do escritor que lutou pelo fim do Império, acreditando que o advento da República extirparia os vícios do Governo Imperial. Mas poucos anos após, Lima Barreto concluiu decepcionado que as negociatas em torno do poder haviam se tornado rotineiras e ainda mais avassaladoras. Pobre ingênuo.
As obras físicas marcam os governos. O grande exemplo local foi a administração de Pedrossian. Os tempos mudaram, hoje as prioridades seriam outras. Mas pelas ponderações de prefeitos, há um certo clamor silencioso devido à falta de obras físicas pela gestão estadual em suas cidades. Botam fé nas mudanças em 2026.
Inaugurar obras é dar visibilidade às administrações. Placas, fitas e discursos festivos compõem aquele tradicional cenário eleitoreiro, principalmente nas cidades do interior. Os prefeitos elogiam Riedel, seu estilo e respeitabilidade no trato com eles, mas convenhamos: isso não basta. Não satisfaz.
Cautelosos até, deputados da base do Governo admitem que a administração não manteve o ritmo da gestão de Reinaldo em alguns setores. Atribuem o fato a causas diversas – a perda da receita do gás e a conjuntura nacional – algumas delas. Parlamentares temem que a situação fortaleça o discurso da oposição em 2026.
O PT deixou a base do Governo e há risco da direita raiz bandear para outra sigla e também lançar seus candidatos. Hipóteses cada vez mais palpáveis. Não por acaso, vários parlamentares admitem o 2º turno para o Governo, contrariando a leitura dos otimistas, que não reconhecem a instabilidade do cenário eleitoral.
Ainda na Assembleia ouço referências sobre a anunciada reforma administrativa. Cobra-se eficiência, gastos racionais e gente que possa realmente acrescentar politicamente. Riedel terá que se adaptar a uma nova fase – ou seja – governar sob o fogo cruzado de oposicionistas – da esquerda e da extrema direita.
O deputado Lídio Lopes clama por maior ajuda do Governo do Estado na solução de problemas enfrentados pela prefeitura da capital. E pondera: para a prefeita sair pelos bairros pedindo votos para o atual governador, será preciso que ela esteja bem avaliada. Caso contrário, ambos correm o risco de serem vaiados.
Espera-se que a próxima legislatura da Assembleia Legislativa mantenha ao menos o nível da atual. Tenho ouvido especulações envolvendo pretensos postulantes de perfil incompatível com o cargo. Os dirigentes partidários precisam e devem cumprir sua cota das candidaturas com sensatez na escolha de seus afiliados.
Eles aparecem nas cidades e fazem esquemas para garantir votos. Os caminhos: identidade partidária, afinidade religiosa, esportiva e financeira. Por causa deles, existe a pulverização dos votos que poderiam eleger um deputado local. Daí, essas cidades acabam sem representantes na Assembleia Legislativa. É o jogo.
Até aqui a fala do deputado Aécio Neves não tem empolgado na missão de reestruturar o PSDB. Mas aqui haveria ambiente favorável à sigla detentora de 200 mil votos. Para o deputado Pedro Caravina, por exemplo, não se pode ignorar o legado tucano das gestões de Reinaldo Azambuja no Governo. Faz sentido.
Para Neldo Peters (27), presidente da Juventude Socialista (PDT), com Fabio Trad será possível elevar o debate nas redes sociais, atraindo a juventude. O advogado justifica a boa avaliação da gestão estadual por não haver oposição até aqui. Mas acredita que ao longo da campanha será possível comparar propostas e autores.
Agradável o papo na Assembleia Legislativa com o médico Arlindo Landolf, que assumiu a prefeitura de Terenos devido à prisão do titular Henrique Budke. Ao colunista confessou que se dedicava exclusivamente à medicina, atendendo também em Dois Irmãos. Foi claro: só participava de solenidades. Nada mais.
Com Bolsonaro preso, sua liderança se manterá ou enfraquecerá devido às divergências de grupos que integram sua base? Há quem admita o desgaste por conta de suas limitações físicas e pelas ações de seu filho Eduardo. Para o deputado Coronel David, o bolsonarismo se beneficiará pelo fenômeno da vitimização. A conferir.
O projeto do novo Código Civil, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avançou no Senado. Ele toca em regras que afetam diretamente os pilares da nossa vida familiar. Estão em jogo casamento, união estável, adoção, filhos, pensão, heranças e registros em cartório. Um tema que vai dar muito o que falar. Se vai...
Coisa do ‘Primeiro Mundo’: os brasileiros não precisariam mais frequentar autoescolas para obter a carteira de habilitação? Mas no Brasil real, em 2024, 6.160 pessoas morreram e 84.526 ficaram feridas no trânsito, segundo a PRF. Teremos mais sangue no asfalto, mais lágrimas nas famílias. Incoerência pura!
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