Ampla Visão
Simone, Fabio e Contar alteram o cenário?
Disputa pelo espólio do bolsonarismo, ascensão de novos nomes em MS e reflexos da condenação de Bolsonaro no cenário político nacional
11/09/2025
20:00
MANOEL AFONSO
REFLEXÃO: Com Bolsonaro condenado e preso, como seus seguidores reagirão? Unidos, motivados como estavam antes do julgamento ou se dispersarão pouco a pouco por motivos diversos? E quanto ao país, dividido entre ‘eles e nós’? Questões que irão motivar debates entre os formadores de opinião. Penso que a vida seguirá seu curso - os boletos continuarão chegando.
A PARTILHA: Os atritos havidos pela herança nos inventários servem de inspiração com a futura luta pelo comando do bolsonarismo. Michele, Malafaia, os filhos do ex-presidente, Valdemar da Costa Neto, o governador Tarcísio e outros personagens neste entorno. Será que a disputa não acabará sendo motivo de desgaste eleitoral para 2026?
A PROPÓSITO: Enquanto a oposição se debate, Lula segue ao seu estilo: bota e tira o chapéu, distribui botijão de gás, libera verbas, viaja, faz discursos, critica Trump e até se mete em conflitos mundiais. Resultado: tem conseguido diminuir os índices de rejeição e melhorado sua aprovação. Isso se chama política. Vale absolutamente tudo.
PESQUISAS: Confiar ou não? Depende! Mas convém sempre comparar seus números para se ter uma ideia do cenário atual e também para fazer projeções. Toda pesquisa traz detalhes, algo a merecer um olhar mais apurado que influencia nas conclusões finais. Daqui pra frente, as pesquisas terão audiência e como os horóscopos, poderão ou não acertar.
MUDANÇAS: Vão ocorrendo como consequências de fatos próprios das relações políticas e de sua gama de interesses que envolvem a luta pelo poder. Há de levar em conta, por exemplo, as indefinições partidárias por causa das federações e os reflexos das eleições presidenciais que respingarão alterando os quadros políticos estaduais.
NOVIDADES: Pelos números de recente pesquisa efetuada pela Big Data, os nomes da ministra Simone Tebet e do ex-deputado Fabio Trad são relevantes, chamando a atenção para projeções. Outro nome em idêntica situação é do ex-deputado Capitão Contar (PRTB), que alcança percentuais notáveis.
CONTAR: Sua fidelidade ao ex-presidente Bolsonaro é o combustível principal para seu projeto de disputar o Senado. Desconfiado, não deve trocar o PRTB por outra agremiação. Teme ser rifado pelos cardeais partidários. Aposta no processo de vitimização de Bolsonaro para atrair os votos contra a esquerda. Tem coragem!
FOGO AMIGO: Contar mantém boas relações com a senadora Tereza Cristina (PP). Cada qual com seu projeto. Ambos são bolsonaristas, mas com o chefe preso a tendência é de mudanças e problemas também por causa do comportamento de seus filhos. Essa luta prevista pelo comando do espólio bolsonarista pode ser um desastre.
POSSIBILIDADES: Há quem aposte nas chances de crescimento de Simone, ‘abençoada’ por Lula. O mesmo raciocínio se aplica a Fabio Trad como candidato à Câmara Federal. Quanto a Contar, é notória sua identificação com o ‘bolsonarismo raiz’, o que lhe garantiria respaldo nas urnas. A condenação de Bolsonaro poderá fortalecer seu discurso.
‘COLISÕES’: Questiona-se muito o nível das futuras relações do ex-governador Reinaldo Azambuja com a parte considerada raiz do PL. Por consequência, questiona-se também o posicionamento daqueles eleitores ‘bolsonaristas de primeira hora’, certamente inconformados com o resultado do julgamento do ex-presidente. Isso pode pesar sim.
NO NINHO: As saídas de Zé Teixeira, Jamilson Name e Mara Caseiro rumo ao PL não abalam o deputado Caravina e Lia Nogueira, que continuarão no PSDB. O deputado entende que a sigla pecou ao não se renovar em nível nacional. Perdeu o protagonismo. Ambos prometem investir em novas lideranças. E só com a janela partidária em abril o cenário estará definido.
EQUÍVOCOS: Aqui e nos quatro cantos do mundo a competência perde para quem acena com propostas fantasiosas. É a postura comedida dos preparados, responsáveis para governar, derrotada pelo chamado histrionismo. Vence quem acena com mais benefícios imediatos, mesmo que venha a produzir resultados inconsequentes.
EXEMPLOS: O desprezo pelas consequências do voto equivocado não é exclusividade do Brasil. Verifica-se o ‘fenômeno’ desde a pequena Terenos (MS) até a Casa Branca, onde o controverso Trump causa notória desordem política e econômica, decepcionando seus eleitores conservadores e independentes – que já se sentem ludibriados.
TERENOS: O escândalo exposto pela mídia leva o eleitor – o cidadão comum – a questionar, com razão, as possibilidades da corrupção que estaria gravitando sobre outras administrações pelo Brasil afora. O raciocínio é simples: se na pacata Terenos as cifras desviadas assustam, imagine em cidades maiores! De leve...
EX-BANCÁRIOS: Tentam se adaptar à amarga realidade. O avanço da tecnologia colocou a classe na zona da degola. Mais de 70 mil deles foram demitidos nos últimos 10 anos e o estresse ocupacional provocou o afastamento temporário de 15 mil trabalhadores por transtorno mental. Agências fechando e os sindicatos da classe sem força para reagir.
LEMBRA? A força dos bancários era tal que paravam o país com suas ações. O sistema econômico ficava refém desta política classista, incentivada e manipulada por partidos políticos da esquerda. Hoje, tudo mudou com a internet e os novos conceitos de gestão financeira derrotaram aquela conhecida política sindicalista. Sem saída.
DEFINIÇÕES: Não vale mentir. Quem não se beneficiou do ‘jeitinho brasileiro’? Ele caracteriza a nossa capacidade de arrumar soluções céleres para problemas imprevistos através de ações que transgridem as normas de comportamento. Através da criatividade e da falta de pudor, vale a solução encontrada para alcançar o objetivo desejado.
‘O JEITINHO’:
“Se manifesta em algumas características da alma nacional: uma certa leveza de ser, que combina afetividade, bom humor, alegria de viver e uma dose de criatividade. Este é o lado bom a ser preservado. O jeitinho constitui também, um meio de enfrentar as adversidades da vida.” (Luiz R. Barros, ministro do STF)
‘LÍVIA BARBOSA’:
“(...) o jeitinho é sempre uma forma ‘especial’ de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade. (...) Para resolvê-la, é necessária uma maneira especial, isto é, eficiente, rápida, para tratar do problema.”
PONTO FINAL:
Anistia não é paz. (ministro Flávio Dino – STF)
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Bolsonaro pode ser preso hoje? STF fixa pena de 27 anos, mas prisão imediata ainda depende de recursos
Leia Mais
STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em julgamento histórico sobre tentativa de golpe de Estado
Leia Mais
STF condena general Braga Netto a 26 anos de prisão por participação em trama golpista
Leia Mais
STF condena ex-comandante da Marinha Almir Garnier a 24 anos de prisão por participação em tentativa de golpe
Municípios