Campo Grande (MS), Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025

Ampla Visão

Simone, Fabio e Contar alteram o cenário?

Disputa pelo espólio do bolsonarismo, ascensão de novos nomes em MS e reflexos da condenação de Bolsonaro no cenário político nacional

11/09/2025

20:00

MANOEL AFONSO

REFLEXÃO: Com Bolsonaro condenado e preso, como seus seguidores reagirão? Unidos, motivados como estavam antes do julgamento ou se dispersarão pouco a pouco por motivos diversos? E quanto ao país, dividido entre ‘eles e nós’? Questões que irão motivar debates entre os formadores de opinião. Penso que a vida seguirá seu curso - os boletos continuarão chegando.

A PARTILHA: Os atritos havidos pela herança nos inventários servem de inspiração com a futura luta pelo comando do bolsonarismo. Michele, Malafaia, os filhos do ex-presidente, Valdemar da Costa Neto, o governador Tarcísio e outros personagens neste entorno. Será que a disputa não acabará sendo motivo de desgaste eleitoral para 2026?

A PROPÓSITO: Enquanto a oposição se debate, Lula segue ao seu estilo: bota e tira o chapéu, distribui botijão de gás, libera verbas, viaja, faz discursos, critica Trump e até se mete em conflitos mundiais. Resultado: tem conseguido diminuir os índices de rejeição e melhorado sua aprovação. Isso se chama política. Vale absolutamente tudo.

PESQUISAS: Confiar ou não? Depende! Mas convém sempre comparar seus números para se ter uma ideia do cenário atual e também para fazer projeções. Toda pesquisa traz detalhes, algo a merecer um olhar mais apurado que influencia nas conclusões finais. Daqui pra frente, as pesquisas terão audiência e como os horóscopos, poderão ou não acertar.

MUDANÇAS: Vão ocorrendo como consequências de fatos próprios das relações políticas e de sua gama de interesses que envolvem a luta pelo poder. Há de levar em conta, por exemplo, as indefinições partidárias por causa das federações e os reflexos das eleições presidenciais que respingarão alterando os quadros políticos estaduais.

NOVIDADES: Pelos números de recente pesquisa efetuada pela Big Data, os nomes da ministra Simone Tebet e do ex-deputado Fabio Trad são relevantes, chamando a atenção para projeções. Outro nome em idêntica situação é do ex-deputado Capitão Contar (PRTB), que alcança percentuais notáveis.

CONTAR: Sua fidelidade ao ex-presidente Bolsonaro é o combustível principal para seu projeto de disputar o Senado. Desconfiado, não deve trocar o PRTB por outra agremiação. Teme ser rifado pelos cardeais partidários. Aposta no processo de vitimização de Bolsonaro para atrair os votos contra a esquerda. Tem coragem!

FOGO AMIGO: Contar mantém boas relações com a senadora Tereza Cristina (PP). Cada qual com seu projeto. Ambos são bolsonaristas, mas com o chefe preso a tendência é de mudanças e problemas também por causa do comportamento de seus filhos. Essa luta prevista pelo comando do espólio bolsonarista pode ser um desastre.

POSSIBILIDADES: Há quem aposte nas chances de crescimento de Simone, ‘abençoada’ por Lula. O mesmo raciocínio se aplica a Fabio Trad como candidato à Câmara Federal. Quanto a Contar, é notória sua identificação com o ‘bolsonarismo raiz’, o que lhe garantiria respaldo nas urnas. A condenação de Bolsonaro poderá fortalecer seu discurso.

‘COLISÕES’: Questiona-se muito o nível das futuras relações do ex-governador Reinaldo Azambuja com a parte considerada raiz do PL. Por consequência, questiona-se também o posicionamento daqueles eleitores ‘bolsonaristas de primeira hora’, certamente inconformados com o resultado do julgamento do ex-presidente. Isso pode pesar sim.

NO NINHO: As saídas de Zé Teixeira, Jamilson Name e Mara Caseiro rumo ao PL não abalam o deputado Caravina e Lia Nogueira, que continuarão no PSDB. O deputado entende que a sigla pecou ao não se renovar em nível nacional. Perdeu o protagonismo. Ambos prometem investir em novas lideranças. E só com a janela partidária em abril o cenário estará definido.

EQUÍVOCOS: Aqui e nos quatro cantos do mundo a competência perde para quem acena com propostas fantasiosas. É a postura comedida dos preparados, responsáveis para governar, derrotada pelo chamado histrionismo. Vence quem acena com mais benefícios imediatos, mesmo que venha a produzir resultados inconsequentes.

EXEMPLOS: O desprezo pelas consequências do voto equivocado não é exclusividade do Brasil. Verifica-se o ‘fenômeno’ desde a pequena Terenos (MS) até a Casa Branca, onde o controverso Trump causa notória desordem política e econômica, decepcionando seus eleitores conservadores e independentes – que já se sentem ludibriados.

TERENOS: O escândalo exposto pela mídia leva o eleitor – o cidadão comum – a questionar, com razão, as possibilidades da corrupção que estaria gravitando sobre outras administrações pelo Brasil afora. O raciocínio é simples: se na pacata Terenos as cifras desviadas assustam, imagine em cidades maiores! De leve...

EX-BANCÁRIOS: Tentam se adaptar à amarga realidade. O avanço da tecnologia colocou a classe na zona da degola. Mais de 70 mil deles foram demitidos nos últimos 10 anos e o estresse ocupacional provocou o afastamento temporário de 15 mil trabalhadores por transtorno mental. Agências fechando e os sindicatos da classe sem força para reagir.

LEMBRA? A força dos bancários era tal que paravam o país com suas ações. O sistema econômico ficava refém desta política classista, incentivada e manipulada por partidos políticos da esquerda. Hoje, tudo mudou com a internet e os novos conceitos de gestão financeira derrotaram aquela conhecida política sindicalista. Sem saída.

DEFINIÇÕES: Não vale mentir. Quem não se beneficiou do ‘jeitinho brasileiro’? Ele caracteriza a nossa capacidade de arrumar soluções céleres para problemas imprevistos através de ações que transgridem as normas de comportamento. Através da criatividade e da falta de pudor, vale a solução encontrada para alcançar o objetivo desejado.

‘O JEITINHO’:
“Se manifesta em algumas características da alma nacional: uma certa leveza de ser, que combina afetividade, bom humor, alegria de viver e uma dose de criatividade. Este é o lado bom a ser preservado. O jeitinho constitui também, um meio de enfrentar as adversidades da vida.” (Luiz R. Barros, ministro do STF)

‘LÍVIA BARBOSA’:
“(...) o jeitinho é sempre uma forma ‘especial’ de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade. (...) Para resolvê-la, é necessária uma maneira especial, isto é, eficiente, rápida, para tratar do problema.”

PONTO FINAL:
Anistia não é paz. (ministro Flávio Dino – STF)


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