Economia / Política
Mesmo com tarifaço de Trump, exportações do Brasil crescem 3,9% em agosto
Vendas para os EUA caíram 18,5% no mês, mas aumento expressivo para China, México e Argentina compensou perdas
05/09/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Brasil registrou em agosto um crescimento de 3,9% nas exportações totais, apesar da queda de 18,5% nas vendas para os Estados Unidos, já sob impacto da sobretaxa de 50% imposta pelo governo Donald Trump. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
De acordo com a pasta, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 2,76 bilhões, contra US$ 3,39 bilhões no mesmo período de 2024 — uma redução de cerca de US$ 600 milhões.
O recuo nas vendas para os EUA foi compensado pelo desempenho em outros mercados:
China: aumento de 31% nas exportações
México: alta de 43,82%
Argentina: crescimento de 40,37%
Esse movimento garantiu ao Brasil um superávit de US$ 6,1 bilhões na balança comercial de agosto. No acumulado de 2025, o saldo está positivo em US$ 42,8 bilhões.
Entre os itens mais impactados no comércio com os EUA estão:
Minério de ferro – queda de 100% (nenhuma exportação registrada)
Aeronaves e partes – recuo de 84,9%
Produtos semiacabados de ferro e aço – retração de 23,4%
Óleos combustíveis de petróleo – queda de 37%
Açúcares e melaço – recuo de 88,4%
Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, os efeitos atingiram tanto produtos taxados quanto não taxados.
“É provável que a incerteza em julho tenha antecipado embarques, reduzindo as exportações em agosto. Produtos como açúcar, máquinas e carne bovina também tiveram quedas expressivas, provavelmente em função das tarifas, que encarecem os preços e reduzem a demanda”, explicou Brandão.
Embora o volume exportado pelo Brasil tenha crescido 7% em agosto, a indústria da transformação registrou queda de 0,9% nas vendas externas, reflexo da redução nos preços médios dos produtos.
Brandão ponderou que ainda não é possível determinar se houve redução de preços como estratégia de compensação às tarifas americanas ou se o aumento das exportações para China e México está diretamente relacionado ao tarifaço.
O governo Trump condicionou qualquer negociação com o Brasil à suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), exigência rejeitada tanto pelo Palácio do Planalto quanto pelo próprio STF.
Além do tarifaço, Trump aplicou sanções a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes, que passou a integrar a Lei Magnitsky, restrição que limita operações financeiras internacionais envolvendo empresas americanas.
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