Política / Senado Federal
Senado aprova projeto contra adultização digital de crianças e adolescentes
Texto segue para sanção de Lula e prevê regras para redes sociais, jogos eletrônicos e plataformas digitais; multas podem chegar a R$ 50 milhões
27/08/2025
17:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto de lei que cria regras para combater a adultização de crianças e adolescentes no ambiente digital. A proposta, que já havia passado pela Câmara dos Deputados, retorna ao Executivo e agora segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O objetivo é garantir a proteção de menores em redes sociais, jogos eletrônicos e plataformas digitais, impondo responsabilidades aos provedores de serviços e criando punições em caso de descumprimento.
Vinculação obrigatória: contas de usuários com até 16 anos deverão estar ligadas a um responsável legal.
Retirada de conteúdo abusivo: empresas terão de remover materiais que explorem ou coloquem em risco crianças e adolescentes.
Denúncias: somente vítimas, responsáveis legais, Ministério Público ou entidades de defesa de direitos poderão formalizar denúncias.
Notificação prévia: antes da exclusão de conteúdo, o autor deverá ser notificado e terá direito a recurso.
Multas: de R$ 10 por usuário cadastrado até R$ 50 milhões, conforme a gravidade da infração.
Sanções adicionais: empresas podem ter atividades suspensas temporária ou definitivamente.
Conteúdos proibidos: exploração sexual, violência, assédio, indução a automutilação ou uso de drogas, pornografia, publicidade predatória e jogos de azar.
Provedores devem adotar mecanismos confiáveis de verificação de idade em cada acesso, vedada a autodeclaração.
O poder público poderá atuar como regulador e certificador dos processos de verificação.
Plataformas devem oferecer ferramentas de supervisão parental para limitar tempo de uso e acompanhar conteúdos acessados.
Empresas terão de desenvolver políticas claras contra assédio e intimidação virtual.
Devem criar programas educativos para pais, adolescentes, educadores e equipes de suporte.
Redes sociais com mais de 1 milhão de usuários menores terão de apresentar relatórios semestrais com dados sobre denúncias e moderação de conteúdo.
O Senado retomou o texto original que proíbe o acesso de menores a jogos eletrônicos com caixas de recompensas (loot boxes), consideradas uma forma de iniciação ao jogo de azar.
O relator, senador Flávio Arns (PSB-PR), destacou:
“Se a legislação vigente considera ilegais os jogos de azar para adultos, com muito mais razão devemos proibir práticas semelhantes voltadas aos menores, que são pessoas vulneráveis.”
O tema ganhou força após um vídeo do influenciador Felca sobre a adultização digital viralizar nas redes sociais, alcançando mais de 24 milhões de visualizações. A repercussão acelerou a tramitação da proposta.
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