Política Internacional
Trump promete usar “toda a força” contra Maduro e envia navios de guerra para a costa da Venezuela
Movimentação militar envolve três destróieres com mais de 4 mil militares; Caracas denuncia ameaça à paz regional
19/08/2025
17:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, elevou a tensão diplomática com a Venezuela nesta terça-feira (19). A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente norte-americano está preparado para usar “toda a força” contra o regime de Nicolás Maduro, acusado por Washington de chefiar um cartel de narcotráfico e de atuar como “narcoterrorista”.
De acordo com agências internacionais como Reuters e Associated Press (AP), os EUA deslocaram três navios de guerra — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, todos equipados com sistemas de mísseis guiados Aegis — para o sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. A operação envolve mais de 4 mil militares e, segundo fontes de defesa, começou na segunda-feira (18), com duração estimada de 36 horas.
A justificativa oficial da Casa Branca é combater cartéis de tráfico de drogas classificados como organizações terroristas globais. Leavitt não negou a movimentação da frota, mas não revelou a localização final dos destróieres.
“Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, declarou a porta-voz.
O governo venezuelano divulgou nota em que condena as acusações e classifica a ação dos EUA como uma ameaça à estabilidade da região.
“Essas ameaças não só afetam a Venezuela, mas colocam em risco a paz e a estabilidade na região”, diz o comunicado.
Em discurso nesta segunda-feira (18), Maduro reagiu sem citar diretamente os navios de guerra:
“A Venezuela defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras diante da ameaça bizarra e absurda de um império em declínio.”
O confronto diplomático também ganhou novo capítulo financeiro. No último dia 7, os EUA anunciaram uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro — o maior valor já oferecido pelo governo americano contra um líder estrangeiro.
O montante supera a recompensa oferecida por Osama Bin Laden após os atentados de 11 de setembro de 2001, fixada em US$ 25 milhões.
Maduro já havia sido acusado formalmente de narcoterrorismo em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, com oferta inicial de US$ 15 milhões. O valor subiu para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, no governo Joe Biden, após a posse do venezuelano para novo mandato. Agora, o prêmio foi dobrado.
Apesar da pressão internacional, Maduro mantém apoio estratégico de Rússia, China e Irã, parceiros que podem servir como contrapeso diante da escalada militar americana.
Especialistas em geopolítica alertam que a presença da frota norte-americana no Caribe pode intensificar tensões na América Latina e abrir margem para um impasse diplomático que resvala diretamente na segurança energética e nas relações comerciais da região.
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