Guerra na Ucrânia
Ataque russo mata quatro pessoas horas antes de encontro entre Trump e Zelensky em Washington
Entre as vítimas estão uma criança e um adolescente de 15 anos; reunião deve discutir acordo de paz e garantias de segurança para Kiev
18/08/2025
07:35
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
Um novo ataque aéreo russo contra cidades ucranianas na madrugada desta segunda-feira (18) deixou quatro mortos e 29 feridos, segundo autoridades locais. Entre as vítimas estão uma criança e um adolescente de 15 anos. A ofensiva ocorreu poucas horas antes do aguardado encontro entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington.
As regiões de Sumi, Odessa e Kharkiv foram alvos dos bombardeios, que destruíram prédios residenciais. Imagens divulgadas mostram incêndios em áreas civis.
“A Rússia continua matando civis deliberadamente”, denunciou Andriyi Yermak, chefe de gabinete da presidência ucraniana, no Telegram.
Zelensky já se encontra nos EUA, onde terá reunião com Trump no Salão Oval da Casa Branca. O encontro é considerado de alto risco diplomático, especialmente após Trump ter apoiado um esboço de acordo de paz proposto pela Rússia que prevê a cessão de parte do território ucraniano.
Apesar da pressão, a Ucrânia exige garantias de segurança equivalentes ao Artigo 5 da Otan, que determina defesa coletiva em caso de ataque, além da manutenção de sua soberania territorial.
Na sexta-feira (15), Trump se reuniu no Alasca com o presidente russo, Vladimir Putin. O republicano teria sinalizado disposição em negociar diretamente com Moscou um acordo que incluiria a entrega da região de Donbass à Rússia, mesmo em áreas ainda não ocupadas por tropas.
Putin, por sua vez, ofereceu um cessar-fogo com base nas atuais linhas de batalha e prometeu por escrito não atacar a Ucrânia ou a Europa novamente. Diplomatas, no entanto, lembram que o Kremlin já quebrou promessas semelhantes no passado.
Líderes europeus afirmaram no domingo (17) que irão se juntar a Zelensky no encontro na Casa Branca, buscando apresentar uma frente unida contra a Rússia e evitar que Trump conduza negociações de forma unilateral. Estão confirmadas as presenças de:
Friedrich Merz (Alemanha)
Emmanuel Macron (França)
Keir Starmer (Reino Unido)
Giorgia Meloni (Itália)
Ursula von der Leyen (Comissão Europeia)
Mark Rutte (Otan)
Enquanto as negociações avançam, a Rússia mantém vantagem militar no leste da Ucrânia, onde forças romperam linhas defensivas em Donbass, avançando cerca de 16 quilômetros. Moscou também tem reposicionado tropas e equipamentos para novas ofensivas.
Apesar de sofrer perdas estimadas em 230 mil soldados desde o início da guerra, a Rússia conseguiu reconstruir parte de suas forças. A Ucrânia, por outro lado, enfrenta dificuldades em manter o recrutamento e suprir seu exército.
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