Campo Grande (MS), Sábado, 09 de Agosto de 2025

Política / Justiça

Alcolumbre barra impeachment de Moraes e encerra motim de bolsonaristas no Senado

Presidente do Congresso afirma que prerrogativa é exclusiva da presidência e recusa negociações durante ocupação do plenário

08/08/2025

07:45

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), impôs uma derrota ao bolsonarismo ao negar andamento ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão foi acompanhada pela retomada do controle do plenário nesta quinta-feira (7), após dois dias de ocupação por senadores bolsonaristas em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o líder do PSB no Senado, Cid Gomes (CE), Alcolumbre foi categórico:

“Não há hipótese de que eu coloque para votar essa matéria [impeachment de Moraes]”, teria dito o presidente da Casa em reunião com líderes na noite de quarta-feira (6).

Assinaturas sem efeito prático

O movimento bolsonarista afirma ter reunido 41 assinaturas — a maioria dos 81 senadores — para apoiar o impeachment. Entre os signatários está Jayme Campos (União Brasil-MT), que mesmo assim se colocou contra o motim e respaldou Alcolumbre.

Apesar do valor simbólico, o número não tem efeito no regimento interno: cabe exclusivamente ao presidente do Senado decidir se o pedido será pautado, mesmo que haja unanimidade de assinaturas.

Reuniões e recado à oposição

Na quarta-feira, Alcolumbre recebeu líderes de bancada em sua residência, onde reafirmou que não negociaria nenhuma pauta com o plenário bloqueado. Ele também deixou claro que encerraria o diálogo com os bolsonaristas caso a ocupação não fosse desfeita até a manhã de quinta.

Após conversas no gabinete da senadora Tereza Cristina (PP-MS), líderes da oposição, como Rogério Marinho (PL-RN), anunciaram a retirada do grupo do plenário. Marinho celebrou a obtenção da 41ª assinatura, dada pelo senador Laércio Oliveira (PP-SE), e voltou a pressionar pela abertura do processo.

Estratégia diferente da Câmara

A condução de Alcolumbre contrastou com a do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que precisou atravessar um corredor de parlamentares rebelados para chegar à sua cadeira, sendo auxiliado por Arthur Lira (PP-AL) para retomar o controle do plenário.

“Pacote da paz”

O impeachment de Moraes faz parte do chamado “pacote da paz” defendido por aliados de Bolsonaro, que inclui ainda:

  • Anistia a processados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro;

  • PEC do fim do foro privilegiado para parlamentares, mantendo a prerrogativa para presidente e vice.

Uma reunião para tratar de projetos de interesse da oposição estava marcada para esta quinta-feira, mas foi adiada para a próxima semana.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal do Estado MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: