Política / Senado Federal
Oposição desocupa plenário do Senado após 47 horas e pressiona por votação de pautas conservadoras
Grupo liderado por Rogério Marinho cobra análise de anistia, fim do foro privilegiado e impeachment de Alexandre de Moraes
07/08/2025
11:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Após mais de 47 horas de ocupação, a oposição no Senado decidiu desobstruir o plenário da Casa nesta quinta-feira (7). A liberação ocorreu pouco antes da sessão deliberativa marcada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP) e evitou o uso de um espaço alternativo conhecido como “bunker do Senado”, preparado para garantir a continuidade dos trabalhos em caso de bloqueio.
O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), classificou a decisão como um “gesto” pelo restabelecimento da normalidade institucional e disse esperar que os diálogos com a presidência da Casa sejam retomados com mais fluidez.
“Fizemos um esforço e estamos nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente. Queremos participar dos debates das pautas que interessam ao Brasil”, declarou Marinho.
Nos bastidores, o senador avaliou que o movimento alcançou sucesso simbólico, principalmente após Alcolumbre aceitar reunião reservada com o grupo e se comprometer a levar as pautas da oposição à mesa de líderes.
O movimento da oposição, que incluiu também a ocupação do plenário da Câmara dos Deputados, foi deflagrado em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e cobra a análise de três temas prioritários:
Anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023
Fim do foro privilegiado para autoridades públicas
Impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF)
Rogério Marinho celebrou a coleta de 41 assinaturas de senadores em um ofício enviado a Davi Alcolumbre, solicitando “celeridade” na análise do pedido de afastamento de Moraes.
Minutos após a saída dos senadores oposicionistas da Mesa Diretora, o plenário aprovou um projeto de lei que atualiza a tabela mensal do Imposto de Renda para Pessoa Física, mantendo a isenção para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036). O texto já havia passado pela Câmara e segue para sanção presidencial.
Na Câmara dos Deputados, a ocupação foi encerrada na quarta-feira (6) após clima de tensão, com cenas de empurra-empurra e tentativa frustrada do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) de assumir o comando da sessão.
Motta nega ter feito qualquer acordo com a oposição e prometeu medidas disciplinares contra os deputados que impediram os trabalhos.
Com a desobstrução do plenário do Senado, foi descartada a possibilidade de uso do chamado “bunker do Prodasen”, espaço tecnológico criado por Alcolumbre durante a pandemia da Covid-19 em 2020 para permitir sessões virtuais.
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