Internacional
Corpo de Juliana Marins chega ao Brasil após resgate na Indonésia e será submetido a nova autópsia no Rio
Família cobra investigação internacional e aponta negligência no socorro; brasileira pode ter sobrevivido por quatro dias após queda em montanha
01/07/2025
16:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O corpo da publicitária Juliana Marins, de 37 anos, chegou ao Brasil nesta terça-feira (1º), seis dias após ser localizado sem vida no Monte Rinjani, na Indonésia. A urna funerária desembarcou em São Paulo e seguirá em traslado para o Rio de Janeiro, com pouso previsto para as 18h30. Uma nova autópsia foi solicitada pela família, com apoio da Defensoria Pública da União (DPU), e deverá ser realizada no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto até seis horas após a chegada.
“Pedimos a instauração de um inquérito policial na Polícia Federal para apurar o eventual crime de omissão e abandono de vítima”, afirmou Taísa Bittencourt, defensora regional de direitos humanos da DPU no Rio.
No dia 20 de junho, Juliana caiu durante uma trilha no Monte Rinjani, uma das principais atrações turísticas da Indonésia, com 3.726 metros de altitude.
Ela teria sido deixada para trás pelo guia local para descansar e foi vista pela última vez por um drone operado por turistas espanhóis, sentada e consciente, a cerca de 200 metros da trilha.
Equipes de resgate localizaram o corpo apenas quatro dias depois, em uma região de difícil acesso, após várias paralisações causadas pelo mau tempo.
A família de Juliana acusa a equipe de resgate de negligência. A DPU já acionou o Governo Federal para garantir a realização de um novo exame, com base nas leis e protocolos brasileiros, que poderá subsidiar uma investigação internacional sobre o caso.
A AGU (Advocacia-Geral da União) já solicitou audiência com a DPU e o governo do Rio de Janeiro para discutir o procedimento da nova perícia.
Autópsia indonésia apontou múltiplas fraturas e hemorragia interna.
Estima-se que Juliana sobreviveu por até quatro dias após a queda.
Há dúvidas sobre a causa da morte, a cronologia dos eventos e a possibilidade de uma segunda queda no penhasco.
A diferença nos horários estimados da morte também levanta questionamentos. Enquanto a Basarnas (agência de resgate) afirmou que Juliana já estava morta na noite de terça (24), o legista estimou que ela faleceu entre as 14h de terça e 2h de quarta (25), no horário de Brasília.
O primeiro registro visual mostrou Juliana ainda viva, em uma área íngreme.
Já no dia do resgate, o corpo foi encontrado em uma região mais baixa e plana, o que indica a possibilidade de uma segunda queda após a primeira.
Montanhistas relataram que a brasileira usava apenas calça, camiseta, luvas e botas. Não há confirmação sobre mochila ou equipamentos adicionais. À noite, a temperatura no local pode chegar a 4°C, aumentando o risco de hipotermia.
A região do Monte Rinjani não conta com equipe de resgate permanente.
A operação envolveu voluntários e equipamentos improvisados, o que atrasou a busca e o socorro.
Especialistas como o montanhista Pedro Hauck destacaram a falta de infraestrutura na Indonésia para esse tipo de situação, diferente do que ocorre no Brasil.
A polícia da ilha de Lombok ouviu ao menos quatro pessoas envolvidas com a trilha:
O guia Ali Musthofa (iniciais AM);
Um organizador de trekking (JU);
Um carregador (SP);
Um policial florestal (MD), responsável pela segurança na região.
Eles também inspecionaram o local da queda, com apoio da Embaixada do Brasil, para entender as condições do acidente.
A família de Juliana afirma que seguirá buscando justiça. A expectativa é de que a nova autópsia, mesmo com as dificuldades técnicas devido à deterioração do corpo, ajude a esclarecer o que realmente aconteceu nos dias que antecederam sua morte.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Senado dos EUA aprova pacote de Trump que corta impostos, reduz verba social e amplia gasto com imigração
Leia Mais
Prefeitura de Campo Grande abre seleção para cadastro reserva de pedreiros e coveiros
Leia Mais
Corpo de Juliana Marins chega ao Rio seis dias após resgate na Indonésia
Leia Mais
Deputados e CCR firmam acordo para prestação de contas trimestral sobre obras na BR-163
Municípios